sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Semana incomum, dia incomum

Esta semana aconteceram muitas coisas na minha vida, pedi demissão de um emprego em que estava 5 anos para ir para outro já na semana seguinte. Fiz algo que nunca pensei que faria um dia na minha vida, apesar de sentir que era chegada a hora, faltava-me a coragem de jogar tudo para o alto e tocar minha vida. O clima lá não estava bom já a algum tempo, mas mesmo assim fica aquela ponta de tristeza pelos amigos que ficaram para trás, os clientes queridos que foram conquistados ao longo destes tantos anos, enfim, era chegada a hora. Estava marcada para hoje a entrega dos documentos, mas também , tinha que ir até a UERJ para fazer o cartão riocard prouni, que me dará meia passagem na ida e volta da universidade. Até então esta etapa estava encerrada às 9h45 da manhã. Teria que encontrar minha namorada para ela poder fazer o cartão também, mas ela só sairia do estágio as 13h. Foi aí que maluquice começou a tomar conta. Falei para ela que daria um rolé pela cidade até dar a hora dela sair. Quando não trabalhava eu fazia isso, juntava uma grana, escolhia o trajeto e saia cidade a fora desbravando-a do meu jeito. Nada de Monumentos, pontos turísticos ou parques, gostava de conhecer os bairros, os subúrbios os lugares quase intocados desta cidade, deste estado.

Enquanto pensava par onde iria, refletia no que estava fazendo da minha vida naquele momento, nos passos e desafios que estariam a seguir, se daria tudo certo no meu novo emprego, ou se deveria esperar um pouco mais e buscar um estagio, sei lá. A cabeça estava a mil nem dava par pensar nestas coisas direito. Saí da Uerj e peguei um ônibus, o 711 em direção ao Rio Comprido, ia pegá-lo de volta em direção a Rocha Miranda mas era um trajeto muito pesado e saltei próximo a estação de São Francisco Xavier de metrô. Não tenho muita familiaridade com o metrô, não só porque ele não cobre a região onde moro, mas também por não ter aquele ar de povão que o trem e o ônibus tem. No metrô as pessoas se entreolham o tempo todo num misto de paranoia urbana, mas também pode ser por não ter por onde escapar, era melhor olhar para o lado do que olhar para o chão talvez. Na estação Central do Brasil houve aquela disputa a empurrões para entrar na composição que ia em direção a Botafogo, algumas pessoas forçavam a passagem outras desistiam. Era estranho ter que passar por aquilo todos os dias para chegar ao trabalho, um absurdo, pensei, mas não havia outro jeito. Na estação de Coelho Neto, ou Colégio, não sei ao certo, entrou uma mulher com o filho menor e a filha maior que parecia sofrer de um grave problema que dificultava sua locomoção. Ela pedia dinheiro aos passageiros para custear o tratamento da filha, aquela cena de certa forma me comoveu. Fechei o livro que estava lendo e me pus a pensar em como aquelas pessoas suportavam aquelas dificuldades, aquelas enormes lutas, lutas de toda uma vida e as vezes me pego preso a problemas fúteis e banais. Alguns ajudavam, outros apenas olhavam e ela passou como tantas e tantas pessoas com seus problemas passam por ali todos os dias na velocidade daquelas composições.

Quando chego a Pavuna, a impressão que tinha de sair logo dali, o lugar é um caos, muita poeira com suas ruas infestadas de ambulantes e muito, mas muito barulho e sujeira nas ruas. O bairro fica na divisa com o município de São João de Meriti, separados pelas enormes fossas do rio pavuna, dava para ver a placa do outro lado do rio dando as boas vindas aos que ascendiam ao município da baixada fluminense. Resolvi dar uma volta no local, sexta-feira, as ruas estavam lotadas de gente chegando e partindo, resolvi tomar um lanche, na pastelaria do Zhao, um lugar fétido e bagunçado que vendia lanches, como o são todas as lanchonetes deste tipo. Cometi o enorme erro de escolher um joelho de frango. Talvez tenha sido o pior salgado que comi na minha vida, nem sei se aquilo era realmente frango, como poder fazer salgados tão ruins assim. Na rodoviária da pavuna, considerada a pior rodoviária sob administração da antiga Coderte o caos continuava. Um lugar muito mal cuidado, com um segundo andar inteiramente abandonado, escadas rolantes que não funcionam, um lugar propício para mendigos pernoitarem de tão abandonado que está. É uma pena ver aquela rodoviária daquele jeito, porque a pavuna é um lugar importantíssimo para quem vem da baixada em direção a Capital. Muitas pessoas partem da pavuna pelo metrô a cidade e a zona sul, por isso deveriam ter um melhor cuidado pelo local. Depois de "passear" pela pavuna, peguei o 665-Pavuna/Saens Peña da transportes américa. Esta linha tem um trajeto bem peculiar, ele pega toda aquela loucura da Presidente Dutra e da Brasil e depois se embrenha por Benfica, São Cristóvão e deságua por fim no maracanã depois de mais de uma hora.

UFAAAAAAaaaaa. Ufa nada depois de saltar no maraca vou andando até a Uerj, pode parecer perto mas é bastante chão. E chão pelas ruas incrivelmente desertas do entorno do maracanã. Ufaaaa de volta a Uerj a estaca zero, matar mais uma vez a saudade dos bons tempos de filosofia e daquelas intermináveis discussões, pego novamente meu livro A Guerra dos tronos, um livro extraordinário por sinal (um dia faço um post sobre ele) esperei a hora passar até a namorada chegar. andamos bastante ainda, fomos na tijuca me apresentar no meu novo emprego, voltamos a Barra pelo Alto da Boa Vista e ainda fomos no Shopping. Agora sim uffaaaaaaaaaaaaaaaaa. Realmente uma semana incomum , um dia incomum. Um dia escreverei um livro sobre minhas andanças malucas pela cidade.

Gde abraço a Todos
valewwwwwwwwww
Fernando dos Santos