quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Vovó

O dia 14 de outubro foi um dia diferente para mim, estava acostumado a chegar em casa, por vota das 23h e ia logo para o quarto falar com ela. Estava sempre lá sentada no seu banco particular ou já recolhida a cama. Depois de deixar a mochila de lado, fazia um sinal com o polegar, ela acenava geralmente de forma positiva. Mas hoje ela não estaria lá, e esta situação seria para sempre. Minha vó tinha terminado sua jornada e até a ficha cair foi muito difícil. A pessoa que mais amei na vida e nem ao menos deu tempo de se despedir dela. E esta é a face mais cruel da morte, quando ela vem, vem sem aviso, sem demora e sem volta. É estranho, a casa está mais triste, mais vazia. Vai demorar até eu me sentir a vontade com esta situação, talvez jamais sinta. Minha avó sofreu muito aqui, com nossa incompreensão e com a nossa falta de tempo. A gente passava quase o tempo todo na rua, com nossas exigências profissionais a cumprir e sem muito tempo para ela. A vida segue, não há como parar. Eu até queria parar tudo, encerrar, dar um tempo em tudo que estou fazendo e relaxar um pouco, viajar descansar a cabeça e a mente neste momento tão difícil em todos os sentidos. Se pudesse era o que eu faria, mas não posso. Se pudesse dizer uma última coisa minha avó seria isto: Eu te amo, te amo muito, você foi a pessoa mais importante na minha vida e um exemplo que vou levar comigo par o resto dos meus dias. E que você faz falta, e fará para sempre na minha vida.

Fernando dos Santos
10112011 - 01h30