domingo, 29 de dezembro de 2013

O declínio de um campeão

Olá a todos

A hora já era avançada, 3h20 da manhã e eu e mais alguns milhares de brasileiros estávamos aguardando mais uma grande luta do Anderson Silva. Seja pelo Canal Premier Combate, seja por algum sinal de streaming na internet, esperávamos ansiosamente pela tentativa do brasileiro de provar que ainda era o melhor do mundo no esporte. Não sei quanto a vocês, mas acompanho MMA graças ao Anderson, graças as suas lutas e suas vitórias. Conheci o esporte através dele e à cada luta e nocaute ia me envolvendo cada vez mais com este violento esporte.

Quando ele perdeu a primeira vez para Chris Weidman, anunciou logo uma revanche no dia seguinte e lá se foram 6 meses de intensa propaganda preparando o público para a grande luta. Foram matérias atrás de matérias com a expectativa e parecia que o tempo não passava. Anderson Silva levou o esporte a uma projeção nunca antes imaginada aqui no país, seu estilo único de luta foi se aprimorando e, realmente, parecia não ter adversário e não tinha mesmo.

Momento da grave lesão do brasileiro, fim da luta e Chris Weidman mantém o cinturão (FOTO: Reuters)
Na madrugada de hoje, Chris Weidman provou que é possível vencer mais uma vez o Anderson Silva e o fez com mais facilidade do que no primeiro confronto. É claro que a grave lesão ofuscou o brilho da vitória do americano, mas ele foi melhor durante toda a luta, foi difícil demais para o brasileiro encontrar uma forma de acertar um bom golpe nele. Acompanhei a luta pela internet como se fosse um parente meu dentro do octógono, o coração disparava a cada golpe sofrido por Anderson, tamanho era o meu envolvimento com a luta e a expectativa criada ao longo desses seis meses de espera. Achei o pedido de desculpas dele um pouco exagerado, é como se a vida dos brasileiros estivesse ali em jogo também. Mas isso faz parte do esporte e ele sabia do envolvimento de muitos fãs do esporte que viveram de perto as emoções desta luta também.



Sempre questionado por causa da idade, como acontece com o tenista Roger Federer, que no auge dos seus 32 anos não consegue vencer tanto como antes, este é mais um dilema na vida de Anderson Silva que está com 38. Se ele se aposentar agora, o faz sendo o melhor de todos os tempos no MMA, se não o fizer, terá mais uma chance de provar que que ainda é possível ser o melhor neste esporte que o consagrou. Ele terá bastante tempo para pensar nisso. 

domingo, 22 de dezembro de 2013

A importância de uma fotografia

Olá a todos

O site BussFeed divulgou uma lista com as 45 imagens mais impactantes do ano. Não conhecia o site, mas achei interessante não só para mostrar a importância da fotografia em nossas vidas, mas também para enfatizar o quanto as tragédias do mundo são mais importantes do que as outras coisas. Sei lá, as fotos de coisas ruins causam mais impacto sempre e são as mais valorizadas, inclusive em prêmios mundiais de fotografia. Foi assim que ganharam destaque na lista o terrível furação que devastou as Filipinas, o tornado que destruiu parte da cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos e as queimadas que atingiram a cidade de Dunalley, na Austrália.

A reflexão que faço disso tudo é que nosso mundo está tenso, tenso demais. Saímos na rua e não sabemos se voltamos e a cada dia somos convidados a assistir e a conviver com as piores notícias, que são sempre as mais importantes. Infelizmente o homem acaba valorizando sempre o pior do mundo, sério, das 45 fotos não vi nenhuma boa, nenhuma sequer. Todas tinham algum tipo de tragédia ou de dor profunda. Tudo bem, tudo bem, existe uma audiência forte para isso, imagens de coisas ruins são impactantes, sim. Mas sei lá, me incomoda esse excesso de coisas ruins em toda parte.

Obama na "Porta sem retorno" (Evan Vucci AP Photo)
Uma foto que me impressionou, de certa forma, foi a do presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, visitando a Ilha de Goreé, no Senegal. O lugar conhecido como “Porta sem retorno” ou “Porta sem volta” foi o local onde os escravos eram embarcados para a América. Porta sem volta porque o escravo que passava por ali jamais voltaria para a sua terra novamente. Foi bem significativa a imagem dele ali olhando, meio que imaginando a cena. Me coloquei na pele dele ali também olhando e imaginando como a vida era muito mais difícil do que agora. Temos tudo e ao mesmo tempo não temos nada, temos liberdade, mas é uma liberdade cerceada e que precisamos cuidar para não transformá-la em prisão. Hoje, a Ilha de Goreé é um lugar onde as ondas correm calmas e tranquilas, mas muito sangue correu por ali.

Olhar a foto da “Porta sem Retorno” me fez refletir, mesmo assim, gostaria de ver fotos melhores numa próxima lista dessas que sair por aí.


Grande Abraço  

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Tempo de violência

Olá a todos

Acredito que a maioria de vocês ficaram sabendo da confusão ocorrida na partida da última rodada do Campeonato Brasileiro envolvendo Atlético Paranaense e Vasco, na Arena Joinville. A confusão deixou feridos, um rastro de sangue e correu o mundo, assim como a cena do pai protegendo o filho, cena esta que se repetiu mais uma vez este ano em outro jogo válido pelo mesmo campeonato.

O que ficou mesmo daquela briga foi a selvageria e a covardia em tentar matar o outro por causa do dito amor ao time. Com certeza aquilo não era amor, mas alguma coisa muito maligna motivava aquelas pessoas a se matarem pelos seus clubes. O Cara da barra de ferro com prego na ponta então, nem se fala, um doido total. Eu ainda fico bobo quando vejo essas cenas no futebol brasileiro. Acredito que nada é mais importante que a vida humana e que uma pessoa vai assistir a uma partida para ver um espetáculo, para ver seu time jogar e ponto.

A partir do momento que a pessoa transforma o cara do time rival em inimigo que precisa ser eliminado, aquele dito amor à camisa vira algo que não sei definir. A cena do cara tendo a cabeça pisoteada e o outro que acabou sem as roupas me chocaram bastante. Ainda assim, dentre mortos e feridos, salvaram-se todos. Achei que não veria mais cenas como esta, achei que era possível disputar o esporte pelo esporte puramente. Pensei que o ser humano poderia conviver com o diferente pacificamente. Acabei vendo várias histórias parecidas com aquela batalha em minha mente e percebi que o caminho da paz neste esporte é mais longo e distante do que eu esperava.  

Sim, medidas serão tomadas, cabeças rolarão, mas do jeito que eu vi a coisa, a violência vai permanecer porque ela é estimulada constantemente entre os torcedores. Se você não torce pelo mesmo time que eu você merece morrer, é assim que eu vejo a situação, e isso é ainda mais acirrado em momentos de pressão de ambos os lados como foi nesta partida. Espero que minha esperança volte, acredito que ela volte sim depois de ter ido embora na primeira pisada de cabeça que vi por meio da tela de TV.

Grande abraço
Fernando dos Santos

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Um sentido para a vida

Olá a todos

Você já se perguntou o que está fazendo aqui, o porquê de estar vivo e qual o sentido da sua vida? Acredito que em algum momento da nossa vida nos perguntamos sobre isso ou nos questionamos sobre qual o nosso real papel neste mundo doido. Aprendi que precisamos ser pessoas boas, honestas e tal, e aquelas coisas que as pessoas mais velhas diziam saber ser o certo.

Quando cresci um pouco mais aprendi que temos que viver segundo os preceitos registrados na Bíblia e que devemos guiar nossas vidas pelos ensinamentos que Jesus deixou para nós. Vivemos em um mundo com tantas verdades e com tantos desafios que é difícil para gente nos posicionar sobre determinadas coisas. Cada vez que saímos de casa, abrimos uma página na internet ou conversamos com alguém na faculdade, somos de certa forma influenciados por seus modelos de vida por suas condutas, por seus exemplos. Aprendi de uma forma bem difícil dar valor a minha vida e ainda assim penso que não aprendi tudo ou não coloquei ainda em prática tudo que ouvi e aprendi para ter uma vida melhor. 

Tive várias experiências que me tornaram uma pessoa diferente de anos atrás e isso fala muito da pessoa que sou hoje. Sei que tenho muito que aprender ainda, sei que não sei de nada ainda e que preciso procurar a verdade em meio a tantas verdades existentes por aí. Sei que tenho que tomar cuidado com tudo o que sinto e o que ouço, já que todos os dias temos nossa fé questionada pelo mundo, pelas pessoas e por nós mesmos. Talvez vocês já tenham se questionado sobre o verdadeiro papel de vocês no mundo. Muitos vão falar que estão aqui para serem felizes e viver intensamente, outros vão dizer que estão aqui em busca da elevação da alma, não sei, são tantos objetivos. Sei que o mundo de hoje é complicado para um crente que busca e tenta fazer o que é certo, acho que vai ser sempre assim. O segredo deve ser continuar tentando, sempre, sempre, acertar o alvo. Mesmo que ele esteja bem distante.

Será que vocês poderiam responder o que vocês vieram fazer aqui na Terra?

Coloquei esta tirinha em referência ao blog da Fernanda Bender que sempre utiliza de forma brilhante as tirinhas em seus posts. A ideia é muito boa vale a pena dar uma olhada. :)

Abraços
Fernando dos Santos

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Dançando com meu pai

Olá a todos

Esta semana estava tendo um daqueles raros momentos em que paro para escutar música, e me deparei com algum vídeo do Luther Vandross. O cantor de Soul e R&B (Nunca aprendi o que significa isso) americano, morto em 2005 após sofrer complicações de um derrame, me emocionou muito. Primeiro pela história e carreira interrompida precocemente e depois pelas música lindas que deixou como legado. Uma dessas músicas se chama "Dance Whith My Father" (Dançando com meu pai). Este também foi o nome do álbum lançado em 2003, o último trabalho antes de sua morte.
Abaixo deixei o vídeo com a música e a tradução.

Escutei a música e depois fui repetindo várias vezes, depois procurei a tradução e me emocionei mais ainda. Ele compôs em parceria com o amigo Richard Marx para homenagear o pai. A letra fala da rotina da família e de como a ausência do pai é sentida por todos, mais ainda pela mãe dele que chorava sentindo saudades. Um momento singelo como poder dançar novamente com o pai dele dava ainda mais sentimento a canção. Este momento foi o mais sublime da música, em que ele fala que orava mais pela mãe do que por ele mesmo. E outro em que ele pede a Deus para trazer de volta o pai mas reconhecendo que o Senhor não costuma fazer isso, linda demais, cada verso, cada estrofe é tocante das mais variadas formas. É. seguramente, uma das canções mais bonitas que tive oportunidade de ouvir na vida.


Pensei no meu pai nesta hora. Nunca fui criado com ele, que se separou da minha mãe um pouco depois de eu nascer, ou antes, até hoje não sei nada dessa história. Conforme ia escutando a letra fui pensando nos momentos que não tive com ele e comecei a pensar em como ele estaria agora, se está bem, se está vivo. As referências que eu tive de pai na infância não foram das melhores, eram trabalhadores, sim, mas alguns eram violentos e batiam na família toda. Este pai acabou perdendo a família, pois todos saíram de casa e só o mais novo ficou. Outros bebiam até cair e faziam vexame na rua. Eu sei que nesta vida difícil que vivemos estamos a mercê de de todo tipo de vícios e erros.

Os homens que passaram pela minha infância eram assim, não tinha nenhum que eu pudesse admirar e ter como espelho. Por isso cresci sem sentir a falta de um pai, pensava que eu estava no lucro, já que eu não tinha ninguém para me dar uma surra ou chegar bêbado em casa fazendo confusão. Quando cresci vi o quanto a ausência de um pai fez falta na minha vida. Vejo isso por alguns amigos meus. Não gosto muito desta ideia de ficar indiferente ao assunto só por causa das experiências ruins do passado, o fato é que saber o paradeiro do meu pai é algo que vem tomando conta da minha cabeça, não só por causa da música, mas por ser uma pessoa que deveria fazer parte da minha vida.

Enfim, cada vez que escuto esta canção me emociono de verdade, seja pela perda dolorosa que foi para o cantor, seja pela beleza da música, ou seja pela importância de se ter um pai. Se não fosse importante mesmo para a vida de qualquer pessoa, eles não existiriam.

Grande abraço
Fernando


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Quando uma barata voadora sobrevoa o seu quarto

Olá a todos

Certa vez ouvi alguém dizer que não gostava de barata, pois se tratava de um bicho nojento e pegajoso. É verdade, as baratas provocam os mais variados tipos de sentimentos nas pessoas. Como não poderia deixar de ser, onde moro elas são bem numerosas e nutridas com os restos da nossa alimentação cada vez mais vitaminada. Gostaria de saber se é por isso que elas passaram a ser cada vez maiores e algumas até voam. Talvez, o hábito de voar que algumas baratas têm é o que as tornam ainda mais complicadas de lidar. Ainda não se sabe ao certo porque umas conseguem e outras não, o certo mesmo é que ninguém quer se encontrar com uma em seu quarto escuro à noite ha ha ha.

Estava eu deitado assistindo a mais uma maratona de Mad Men por volta das 2h da manhã. Como é de costume no fim de ano, nuvens carregadas prenunciavam uma chuva derradeira. Ouço trovões, o que na madrugada é ótimo para manter a concentração para dormir. Apago a luz, me concentro no episódio com Don Draper fazendo alguma coisa reprovável quando, de repente, passa ela ou ele num voo rasante com barulho característico atravessando todo o quarto. Dei um salto da cama e fui acender a luz e lá estava ela aterrissada na cortina vermelha da janela.

Ótimo, 2h30 da manhã, já chovia, trovejava e mais aquela criatura brincando de perturbar a paz e a tranquilidade das pessoas. E agora? Peguei um sapato que estava perto e fiquei analisando as minhas chances, só teria uma. Se ela escapa, o meu quarto é tão bagunçado que eu não mais a encontraria e ela poderia passear livre e voar batendo nas coisas e fazendo barulho a madrugada inteira. Baratas voadoras são assim. Não conseguem ficar paradas num canto. Como conseguem voar acham que tem que fazer isso o tempo todo para aproveitar. Enquanto isso ela zombava de mim e subia e descia sem balançar a asa me dizendo que tem o controle da situação. Poderíamos fazer um acordo, eu fico com a metade do quarto e você com a outra, não sei. Eu ficaria de boa, só não fazer barulho. Não gosto de matar animais de qualquer tipo.

Então peguei o sapato, me aproximei e analisei seus pontos fracos, uma hora ela me daria a grande chance e foi o que aconteceu. Quando ela foi para trás da cortina aproveitei a chance, uma dura pancada espremendo a dita cuja contra a parede. Ela ainda caiu na cama e tive que dar uma segunda para garantir. Como as baratas cresceram, dizem que elas dominariam o mundo em caso de um apocalipse nuclear, seria um mundo horrível se isso acontecesse. Enfim, recolhi o inseto e voltei a dormir. 2h43 da madruga e eu correndo atrás de barata no quarto, dura vida rs. Isso até a próxima criaturinha entrar por baixo da porta, ou por algum espaço aberto pela janela.

Grande abraço.