terça-feira, 19 de abril de 2016

Precisamos falar sobre política

Olá a todos.

O Brasil teve, no último domingo, dia 17, a oportunidade de assistir seus parlamentares num evento único, a votação do andamento do processo de Impeachment (nem preciso mais ir no Google para escrever corretamente a palavra rs) da presidente República Dilma Rousseff. O saldo não foi positivo, quer dizer, na verdade foi, e muito, para aqueles que querem “impichar” a presidente. Porém, para os eleitores em geral o sentimento foi de profundo pesar com a maioria dos discursos vazios dos deputados na Câmara.

Deputados na votação do pedido de impeachment 
Foto: Antonio Augusto / Fotos Públicas (17/04/2016)
Na verdade, se existe algo de bom em tudo isso que está acontecendo no país, talvez seja o interesse maior das pessoas pela política, mas isso tem também seu efeito colateral: o aumento do radicalismo. Poste algo favorável a presidente ou contra o processo do Impeachment e logo aparecerá meia dúzia de pessoas te criticando, te chamando de burro e de ser a favor da corrupção. Dependendo da sua relevância sua conta poderá até ser suspensa por conta de denúncias, enfim...

Momento da aprovação do pedido de impeachment
Foto: Marcelo Camargo / Fotos públicas (17/04/2016)
O fato é que tem sido muito difícil se informar pelo que sai nos jornais, ainda mais com uma imprensa militando a favor do impedimento. Tem sido uma luta garimpar textos com o mínimo de isenção para obter informações com mais exatidão possível sobre este processo. Não me admiro de o principal veículo de imprensa onde busco informações e opiniões sobre este momento seja o EL País. 

Capa de jornais e revistas na segunda-feira, dia 18
As redes sociais também não ajudam muito, pois se transformaram em verdadeiro campo de batalha das ideias e muitas pessoas preferem se resignar e não postar e nem comentar nada na rede social. Há aqueles que emitem opiniões veementes e convidam / pressionam outros para se posicionarem sobre o assunto: A favor ou contra? Petralha ou Coxinha? Vai ter ou não vai ter golpe? Direita ou esquerda? Bolsonaro ou Jean Willys? Em qual deles você se encaixa?

Procurei ler vários textos com opiniões sobre este processo e sobra ódio de jornalistas colunistas que são contra e a favor do impedimento. Embora veja que quem é a favor do Impeachment o demonstra de forma voraz. Chega até a ser complicado falar alguma coisa meio a tamanha polarização. Mas, há quem diga que o país não está dividido e que a maioria quer mesmo que a presidente saia para o país voltar a crescer. “Tire o PT do poder e a corrupção vai acabar”, é o que dizem por aí, é o que os deputados disseram na Câmara no domingo.

Manifestantes pró-Impeachment em Copacabana
Foto: Fernando Frazão / Fotos Públicas (17/04/2016)
Mais interessante ainda é a aliança em torno do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para acelerar tudo isso. Os deputados iam na tribuna agradecer a Cunha porque se não fosse ele o início do fim da corrupção não iria acontecer. Sei lá, talvez seja melhor me considerar burro e ingênuo a ter que concordar com tudo isso que está acontecendo no país. Levar a pecha de ser um “ignorante do bem” como um colunista do Jornal O Globo chamou os eleitores de Dilma Rousseff antes da votação do segundo turno em 2014.

Manifestação pró-Dilma em São Paulo
Foto: Agência PT / Fotos Públicas (17/04/2016)
Sim, o PT é o maior responsável por todo este movimento político que estamos vendo. Cometeu muitos e muitos erros. E a presidente também por ser uma péssima articuladora e administradora. Ela ficou refém do Congresso que se recusa a andar e nada de relevante é votado. As tentativas de reorganizar a base aliada foram frustradas e agora não adianta chorar o leite derramado. O caldo já entornou de vez. O Senado deve ratificar o que a Câmara fez no domingo e devemos ter mais um presidente que não cumprirá o mandato até o fim. E o dito futuro, pra mim ainda muito sombrio, que a maioria dos deputados colocou como motivo para o “SIM”, precisará ser muito discutido. Então, precisamos falar sobre política. Agora mais do que nunca.

Fernando dos Santos


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A violência das crianças

O Rio de Janeiro nos proporciona belas cenas tiradas da lente de fotógrafos, diariamente. São cenas de sol, mar, praia e gente bonita; são cenas da vida sendo vivida da melhor forma possível e das mais variadas formas. Esta semana, porém, pude ver de perto um Rio diferente. Um Rio das crianças perdidas, das crianças esquecidas e entregues a mais cruel marginalidade.

Estão em grupo sedentos por mochilas cheias de valores, cheias de história, cheia de coisas de valor. Passaram por mim e por todos que estavam no ponto esperando o ônibus. Menores que muitos querem presos, que muitos querem mortos. Eles atacam um rapaz que reage. Não solta a mochila e foge correndo. Eles, então, correm atrás do cara gritando “Puxa a faca pra ele!! Puxa a faca pra ele” O homem some da vista e, em seguida, passa um ônibus e todos os 16, 20 entram pela porta de trás e vão embora sob os olhares assustados de todos e do meu coração acelerado.

Fiquei com um misto de raiva e impotência. O que fazer? Reagir caso fosse atacado ou olhar minhas coisas de valor irem embora assim tão facilmente. Depois, mais calmo, me pus a pensar não só na condição daqueles adolescentes, mas na maldade que havia neles. Eles eram cruéis e não se importaram com nada. Trabalharam com o medo e o pavor com que as pessoas saem todos os dias nas ruas de nossa cidade. Sim, saímos e não sabemos se voltaremos vivos. 

Essa verdade todos nós sabemos, mas parece que agora está pior. Agora podemos não voltar mais para casa por conta da violência praticada por um menor. Isso, sem contar a longa discussão sobre a redução da maioridade penal, sobre a qual sou contra, pois sei que o Estado não tem nenhuma política que possa recuperar menores infratores. Por isso, não consigo ser a favor da redução. Não vejo ninguém fazendo nada para recuperar esses jovens, apenas o desejo de punição e justiça, que ajuda mas não resolve.

Menores esses que já estão soltos. Como recupera-los? Não existe estrutura que possa recebe-los de forma a cuidar deles para que não voltem para o mundo do crime. Para piorar, sim, bastam todas as outras formas utilizadas. Ver pessoas tão jovens exercendo um nível de maldade daquele jeito me levou a uma profunda reflexão sobre o assunto cuja resposta ainda não consegui chegar. Uma coisa é certa. A misericórdia de Deus está presente em nossas vidas todos os dias. Somente isso explica eu e você voltarmos vivos para casa depois de um dia na rua neste Rio de Janeiro.


Grande abraço a todos.

terça-feira, 21 de abril de 2015

LAAD Defence & Security 2015

Na semana passada, por motivo de trabalho, caí de paraquedas numa feira internacional de segurança. Chamada LAAD Defence & Security, a feira acontece de dois em dois anos no Riocentro e, a princípio, não despertou muito minha curiosidade. Mas quando quando precisei ficar dois dias consecutivos na feira percebi o quando ela é importante e o quando precisamos estar atentos a algumas coisas.

A primeira impressão que eu e outras pessoas tiveram é que precisamos dar graças a Deus pelo Brasil não estar e guerra. Digo, guerra contra outros países, pois sabemos que vivemos uma guerra particular aqui que mata por ano 50 mil pessoas. Mas o pouco que nossos amigos apresentaram já foi suficiente para perceber como estamos atrás quando o assunto é tecnologia em defesa e segurança.

Ok. Nós não estamos em guerra, mas penso que o investimento em defesa é muito necessário víde nossas fronteiras livres para entrar armas e drogas todos os dias no país. Algumas pessoas ficaram assustadas com isso e chegaram a conclusão que não resistiríamos a 10 minutos de guerra se fosse preciso.

Por outro lado, algo que ouvi muito foi o frenesi causado pelo estande de Israel, que impressionou a todos por sua tecnologia avançada em vários aspectos. Quem passava pela parte de Israel voltava impressionado e falando sobre isso. Israel que vive em um ambiente super hostil cercado de inimigos por todos os lados. Então eles certamente precisam se defender e estar preparados para uma guerra iminente.

Pelo nosso lado brasileiro, uma decepção, em visita ao estande da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas) e ouvir do general que lá estava que, ao ser perguntado sobre a barreira imposta pela língua (Já que o Brasil é o único país do sul que não fala espanhol), responder que pediria para eles falarem devagar para a gente entender. Como assim? Como falar em integração com nossos vizinhos sul-americanos com essa má vontade em aprender a língua deles? Enfim...

Impressionante como as pessoas gostam de armas, pelos menos as que foram à feira. O tec tec no estande das pistolas Taurus e Glock era ouvido o tempo todo. E fotos e mais fotos eram tiradas com essas armas. Não sou muito chegado a armas não, mas percebi um pouco do fascínio que ela causa nos curiosos em ter uma nas mãos.

Por fim senti falta de uma coisa. O inglês. Num lugar em que mais de 70 países foram representados, a língua estrangeira era fundamental. Bom para vencer essa birra que tenho dessa língua e ir correndo aprender, agora mais que necessário. Ainda deu para tirar uma foto perto da réplica do caça Grippen, que a SAAB, empresa sueca que o fabrica, trouxe para o país. O Brasil comprou 36 deles e cada um vale, acho que U$ 150 milhões. Tirei algumas fotos da feira, espero que gostem.

Grande abraço a todos.











quarta-feira, 8 de abril de 2015

Propósitos

Era domingo à noite, mais uma vez chegava atrasado ao culto, mais uma vez pegava o bonde andando. Cheguei no momento de uma oração. O pastor falava sobre os propósitos que fazemos a Deus e nos convidou a orar, fazer nossos propósitos e, o principal, cumpri-los. 

Esse era o meu problema. Já tinha feito muitos propósitos, cumpri alguns, mas deixei muitos para trás. Desanimava no meio da luta e deixava o propósito para lá. Então naquele momento em que todos estavam de olhos fechados refletindo o que colocariam em suas promessas tive uma conversa séria com Deus e resolvi não fazer nenhum. Há muito que não fazia meus propósitos, mais pela incapacidade de cumpri-los do que por arrogância minha. Sei que preciso demais de Deus em minha vida e oro constantemente por isso.

Talvez isso seja algo bobo para quem está lendo esse texto, mas considero isso algo importante para minha fé. Quando se faz um propósito e não se cumpre você está mostrando que não tem respeito pelo que está fazendo. Não queria cair nesse erro novamente falar que deixaria de faze isso ou aquilo e parar antes do fim. Esse, talvez, seja o maior desafio de um cristão nos dias de hoje.

Ser cristão é muito fácil. Você vai ganhar um rótulo, frequentará o culto duas ou cinco vezes por semana, conversará sobre assuntos relacionados a Deus com mais frequência. Mas, ser cristão de verdade, isso sim, é muito mais difícil. E depois de tanto tempo ali, ainda estou em busca disso, ainda estou em busca dessa essência que em algum momento deixei no meio do caminho.


Grande abraço

Fernando dos Santos

quarta-feira, 18 de março de 2015

Reflexão sobre o tempo


2015 já começou voando. Estamos nos aproximando do quarto mês de um ano que promete passar rápido como os demais. E porque isso? Cada ano que passa me sinto com menos tempo para fazer as outras coisas da vida. Semana todo o dia inteiro dedicado ao trabalho e a tentar ir e voltar dele. Estou ocupado demais até para mim mesmo. Até para escrever, o que considero muito importante. Aí quando arranjo tempo para fazer algum lazer ou outra coisa tenho que fazer tudo correndo.


Mas 2015 é um ano decisivo para mim em muitos aspectos. Ano de casamento, família, trabalho, concurso, uffaa... No afã de tentar arrumar tempo para isso tudo terei que decidir se caso ou compro uma bicicleta rs. Acho esse modelo nosso de vida bem complicado. Passamos nossa vida toda dedicando tempo demais ao trabalho e isso me incomoda. Quer dizer que passarei boa parte da minha vida fazendo uma atividade mecânica com o único propósito de levar dinheiro no fim do mês para casa. 


Eu sei eu sei, essa é uma visão bem negativa do trabalho, eu sei. Mas há tantas coisas que quero fazer na vida, tantos lugares que desejo ir, tantas pessoas que desejo conhecer e ajudar, mas estou aqui trabalhando, algo que me consome pelo menos 13 horas do dia. Enfim, não estou reclamando, apenas refletindo na quantidade de tempo que vivemos para o trabalho e menos para gente. Mas como ser diferente?


Precisamos trabalhar para viver não é? Como administrar isso? Vejo no concurso público uma alternativa boa para vencer esse prognóstico. Aí esbarro na falta de tempo para estudar rsrsrs. Mas o sonho continua, mesmo com pouco tempo sigo estudando e me preparando e um dia vou conseguir abrir essa porta. E, assim, meu 2015 segue voando. Espero que ele siga e eu consiga escrever um pouco mais. 18 postagens por ano para quem diz gostar muito de escrever é muito pouco. :D

Grande abraço a todos

Fernando dos Santos

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Êxodo: Deuses e Reis

Olá a todos.

Ontem fui ao cinema ver o badalado filme Êxodo: Deuses e Reis, já com uma preocupação. Filmes com temas bíblicos são sempre complicados porque os diretores de hollywood não costumam ter o mesmo compromisso com a fidelidade da história. Só pegam o pano de fundo e dão os retoques pessoais para tornarem aquela história como sua. Pensei em Noé e na viagem que o diretor daquele filme deu para contar a história. Vi que não adiantava levar a bíblia para o cinema e checar se cada cena do filme batia exatamente com o texto sagrado.



O filme até que é bom, bem melhor que Noé. Tive que deixar meus preconceitos de lado antes de entrar no cinema. Pode parecer idiota para vocês, mas é complicado para um cristão ver filmes como esse sempre preocupado com a literalidade do texto bíblico. Em cada cena de Êxodo pensava "O cara alterou isso e aquilo, etc" Chato né. Eu sei. Por isso em cada filme deste tipo tento enxergar que mensagem o diretor quer passar com isso.

Ridley Scot gosta de efeitos especiais e as cenas de guerra são incríveis, mais até do que as passagens das pragas. Esperava mais da cena que relatava a 10ª Praga, a morte dos primogênitos egípcios. Achei que poderiam ter feito mais nessa que é uma das passagens mais marcantes do Êxodo. Me lembrei na hora da animação "Príncipe do Egito" em que essa parte foi um dos pontos altos do filme. Esperava mais encontros entre Moisés e Faraó depois que as pragas começaram.


Desta vez Deus apareceu, pensei que o diretor ia colocar Moisés para ter um sonho doido e acordar determinado a libertar os hebreus. Não foi assim. Ele teve uma revelação de Deus. Deus falou diretamente com ele e de forma firme. Achei até interessante o contraponto da história onde várias vezes Moisés argumenta com Deus sobre o cumprimento da missão. Apesar de desconfiar do motivo de Deus ser um menino no filme. Gostei da parte onde Moisés tentava libertar o povo com a força das próprias mãos e Deus apareceu para ele e disse que estava vendo ele fracassar. Era a hora das pragas que assolariam o povo egípcio até o fim. Depois de tanto ver versões com o mar se abrindo de lado a lado, senti falta disso no final.



Li em muitas críticas que faltou emoção no filme. E faltou mesmo. O desenho teve muito mais emoção que o filme. Mas foi uma boa história. Acredito que todos que saíram do cinema tiveram a mesma impressão do que eu. Não havia aquele "Ooooooooohhhhhh" que fazem em cada cena de um grande filme. O relato do Êxodo é uma das passagens mais importantes da Bíblia e da história. Algo que mudaria para sempre o mundo. Moisés até hoje é lembrado. Mas faltava algo. E todos que ali estavam sentiram isso. Agora é saber qual a próxima história bíblica a ser adaptada para o cinema. Nota 10 para os efeitos especiais. Nota 6 para o filme.

Grande abraço a todos e Feliz 2015

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Você tem orgulho de ser brasileiro?

Olá a todos

No dia da proclamação da República, dia 15 de novembro, resolvi comentar uma postagem do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Facebook, sobre orgulho de ser brasileiro. Comentei pelo fato de ver muitas pessoas reclamando e dizendo que tinham vergonha de serem brasileiros. Esse sentimento era expresso ora pelos nossos políticos corruptos, ora pelos jogadores da seleção que perderam de 7 a 1 da Alemanha na Copa.


Fiquei chateado com isso pois acredito que o orgulho de ser brasileiro deveria vir de outras fontes que não as outras pessoas. Se meu orgulho de ser brasileiro estiver atrelado a políticos e jogadores de futebol jamais terei uma opinião firme sobre isso. Teria orgulho hoje e amanha não teria mais. Escrevi isso no post e algumas pessoas apoiaram e outras não, mas teve um comentário que me fez refletir um pouco sobre isso.

Um cara colocou que detestava esse país e que só voltou porque estava com a filha sequestrada aqui. Então ele não tinha nenhum orgulho de ser brasileiro por conta disso. Ele estaria certo ou errado? Esse é um assunto delicado, me questionei se meu orgulho de ser brasileiro era firme mesmo. Amo demais deste país não só por ter nascido aqui, mas por tudo que envolve o sentimento de ser brasileiro que penso ter imenso valor. O que os políticos ou outras pessoas fazem ou deixam de fazer em nada abalam isso. Sei que vivemos um momento complicado na política do país com denúncias diárias de corrupção. Isso sem falar na violência que não para de crescer.




Ninguém é obrigado a ter orgulho do Brasil e sei que há muitas coisas erradas aqui que podem não mudar nunca. Vocês concordam com isso? Vocês têm orgulho de serem brasileiros? O que faz você sentir orgulho deste país? Me ajudem a resolver essa questão.

Grande abraço a todos