Olá a todos
No meio dessa correria toda, resolvi dar uma parada e pensar um pouco na vida ou no fim dela. Esta semana me deparei com vários aspectos do fim da vida que me fizeram refletir muito sobre o tema. Primeiro, não é um assunto que as pessoas gostam de falar e conversar, nem eu gosto muito, mas quem gosta não é? Nós fugimos ou tentamos fugir da morte, mas o fato é que nunca saberemos quando vai chegar a nossa hora, talvez seja melhor assim. Se soubermos o dia em que vamos morrer, podemos fazer de tudo para evitar esse dia e acabarmos morrendo mais rápido.
Um ator também se foi esta semana, sua numerosa família estava dando entrevistas como de praxe nessas horas, todos estavam lá pára vê-la dizer que ele não estava mais lá. A doença tinha levado todo o seu ser, sua consciência, seu agir, seu coração foi o último a parar. Nosso corpo luta ferozmente contra o fim, luta até não poder mais, é uma guerra que não pode ser vencida, mesmo assim a vida pode ser prolongada por anos e anos a fio com muito desgaste, força e determinação. As vezes, a vida vence, mas, no geral, as lembranças é que contarão a riqueza de nossa história aqui.
Personagem "Puro Osso", e a foice sempre presente. |
Minha avó, numa certa idade dela, pensava muito na morte, falava dela todos os dias, praticamente. No auge dos seus 80 anos, sabia que se aproximava do fim e tinha medo disso. Eu via aquela que seria a pessoa mais corajosa que já conheci em toda minha vida tremer de medo do fim de sua existência. Ela sabia que essa hora viria, mas não queria ir. Só quando ficava com raiva e achava que estava dando trabalho para a gente, aí ela falava que tinha que morrer logo, mas isso nunca acontecia. Nos deixou quando nós menos esperávamos e é uma das pessoas que mais sinto falta. Penso nela sempre, porque foi graças a ela que sou a pessoa que sou hoje, cheio de virtudes e defeitos.
Mas a gente cresce e nossos pensamentos mais obscuros tomam forma e passamos a temer pelas pessoas e pelas coisas. Vivemos sempre para um amanhã que nunca vem, mas continuamos fazendo isso todos os dias. Melhor assim, somos condicionados a não pensar na morte, é melhor assim. É melhor que seja sempre assim. Ela não gosta de avisos, só o último. Se ela fosse aquela imagem dos gibis da turma da Mônica, com a foice na mão, talvez não seria tão assustadora. Até porque já estamos acostumados com esta imagem. Ainda mais se ela vier assim sorridente e bem humorada como ela é nos quadrinhos. Poderia ser como o personagem Puro Osso das Aventuras de Billy e Mandy também rs. Seria hilário, mas não é. Gostaria até de saber o porquê dela ser personificada sempre com esta imagem.
Se a morte fosse assim, não seria tão assustadora não é? |
Grande abraço
Fernando