Olá a todos
Vocês alguma vez já
deram um rolezinho no shopping? Eu fazia isso quando não
tinha nada para fazer ou queria sair de casa um pouco. O shopping é
um lugar legal, tem vitrines, coisas bacanas e caras que não posso
comprar e outras coisas mais interessantes como cinemas e livrarias,
principalmente. Esta semana a palavra rolezinho apareceu em várias
matérias, artigos e reportagens veiculadas por aí. Aconteceu algo
bem parecido com o que ocorreu no meio do ano passado quando diversas manifestações estouraram por todo o país.
A imprensa, políticos e intelectuais lançaram mão de suas teorias para
tentar explicar o que acontecia. Vândalos (fiquei com esta palavra
na cabeça de tanto escutá-la na época), bandidos, arruaceiros, o
discurso foi o mesmo de sempre. Os movimentos sociais no país,
principalmente aqueles que vão para rua protestar contra qualquer
coisa, são sempre criminalizados por parte da sociedade e da imprensa. Eles alegam que são movimentos violentos e promovidos por
pessoas que não querem o bem comum a todos e só querem baderna.
Infelizmente acabei
chegando a algumas conclusões sobre tudo isso: Primeiro, é muito
difícil não ter a presença da violência nessas ações uma vez
que há falta de diálogo dos dois lados, tanto da força policial
quanto dos manifestantes. Segundo, as recentes manifestações
assustaram e ainda assustam a opinião pública que vê nelas a
ameaça a ordem estabelecida como se essa ordem que há hoje no país
fosse boa para todos e todos nós sabemos que não é. Em muitos
textos que li sobre o assunto, o de um colunista da Veja chamou minha
atenção porque ele chamou o movimento de rolezinho da inveja. Ele
chamou as pessoas de bárbaros incapazes de reconhecerem a própria
inferioridade e que eles morrem de inveja da civilização. Acho que uma simples inveja não é capaz de mobilizar milhares de pessoas em torno de um bem comum, é um argumento muito simplista e até certo ponto, preconceituoso.
Enfim, este é o
pensamento de uma elite que procura criminalizar todos os movimentos
que surgem por aí. Não importa, se fazer algum barulho o negócio
não é sério. Não estou aqui para defender o movimento, até porque
não o conheço o suficiente para julgá-lo se é bom ou ruim. Se o
objetivo era fazer barulho, eles conseguiram. Falar que o shopping é
um local particular e tentarem impedir as pessoas de entrarem no
lugar a partir de critério subjetivo dos seguranças é incentivar
ainda mais o preconceito velado que persiste no país. Sei que o
pobre sempre será de alguma forma discriminado no Brasil, não
importa o lugar.
Isso chega a ser
engraçado quando penso que sempre quando vou ao Barra Shopping, um
dos principais aqui do Rio, e entro em uma livraria, o segurança vai
atrás de mim me cercando e vigiando para ver se eu não vou roubar
alguma coisa. Quado isso acontece me sinto super mal, é como
se ele estivesse dizendo que aquele lugar não é para mim, que eu
não deveria estar ali, que deveria estar em outro lugar ou que não
tenho o perfil para comprar alguma coisa naquela determinada loja. Perfil para roubar, eu tenho, na visão deles, então, preciso
ser vigiado de perto. Eu deveria me acostumar com isso, já que para
a sociedade o negro é uma ameaça até que se prove o contrário.
Mas sempre me sinto mal por isso porque sou um cidadão como
qualquer pessoa que frequenta aquele lugar.
As charges que escolhi na internet mostram a visão que a sociedade tem deste movimento que incomodou muita gente nesses últimos dias. Não sei onde esse movimento vai parar só sei que o preconceito velado, chamado preconceito cordial sempre vai perseguir a gente não importa se o país melhorou economicamente, se há mais negros na universidade se há menos pobres no país, etc. Isso não é mimimi, é a realidade.
Grande Abraço
Fernando dos Santos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdorei o texto, quanta teoria.. muita coisa para abordar, vou falar demais se for discutir cada frase.. rs >< adoro dar um rolezinho no shopping, vou sempre, piro nas lojas de livros, cds, roupas, esportes, amo tudo.. sou muito eclética quanto a isso! Va ao shopping e entre na loja de terno serás passado na frente de todos e atendido totalmente diferente, agora vá de havaianas, bermuda e um pouco mal arrumado, capaz de nem lhe atenderem, isso se não ficarem a te olhar dos pés a cabeça! A sociedade é muito hipócrita quanto a isso, na faculdade de moda discutimos muito esta relação com a roupa, sociedade e discriminação.. e esta cada vez pior ao invez de melhorar '¬¬ bem, falei demais ja.. atualizei o blog, passa la, boa noite! Aguardo novos textos por aqui, até*
ResponderExcluirEu particularmente gosto de ir em shopping com amigos e etc , semana passada mesmo fui barrada e pediram identidade e cpf .. tá cada vez mais dificil até sair pra se divertir hoje em dia . Gostei do post e estou seguindo o blog.
ResponderExcluirhttp://sonhando-porai.blogspot.com.br/
aou xomo vc.. só vou em shopping pra "oiá com o zóio e lambê ca testa" kkkkkkkkk... e esse "pra fora todo mundo ke tem cara de pobre"... pensei.. FUDEU..kkkk.. bjokas e sucesso
ResponderExcluira coisa tá feia pros dois lados! E quem sofre é quem nada tem a ver com isso! ;s
ResponderExcluirInfelizmente as pessoas continuam com demasiados juizos de valor, fiquei chocado com o teu relato. É triste como ainda há tanta descriminação.
ResponderExcluirAs pessoas tem todo o direito a lutar por aquilo que acreditam e deve ser dado o direito de protestar!
http://ummarderecordacoes.blogs.sapo.pt/
Ótimo texto ^^
ResponderExcluirHey, estou passando novamente para te fazer um convite, pois está rolando uma super pesquisa de opinião sobre o retrocesso da internet, sua opinião é muito bem-vinda!
Abraços,
Revolução Nerd
Virou moda agora ler em todos jornais e redes sociais esse tal de rolêzinho....aqui na minha cidade tbém tem isso, fui no Shopping e fiquei passada com tantos jovens na idade de 11 a 16 anos..estavam só passeando ,tbém tinha cada guarda roupa seguindo eles.....mas devemos ficar atentos sim
ResponderExcluirAbraços de sempre, com bom final de semana!
└──●► *Rita!!
a manifestação é uma forma de mostrar descontentamento e é válida porque a liberdade de expressão ainda existe (ou devia). Depois claro que há sempre aqueles conflitos entre a população e a polícia por, como disseste, falta de comunicação. Mas também é verdade que por vezes as autoridades abusam e outras que a população também excede os seus atos
ResponderExcluirquerosabertudo-k.blogspot.com
Fico me perguntando quando que o Brasil vai parar de ser preconceituoso, eu admito que não vou ao shopping se não tiver um motivo, comprar alguma coisa, ver um filme e etc. Não sei detesto ir a lugares só para andar.
ResponderExcluirAbraços
Assim que estourou essa moda de rolezinho e a reação dos shoppings, a primeira palavra que veio a minha cabeça foi: preconceito. Mas daí, passados alguns dias, percebi que o problema está dos dois lados, vem de muito longe e é difícil chegar a uma posição. Primeiro porque a polícia, os shoppings e os usuários das classes A e B têm uma mentalidade preconceituosa SIM, segregacionista, ridícula. Mas, por outro lado, os rolezinhos estão carregados com más intenções, mesmo que tenha pessoas ali que não pretendem fazer nada de ruim, apenas passear. O problema é separar as más intenções das boas. É dificultoso, mas acho que identificar más intenções dentro do espaço do shopping é responsabilidade da segurança, que não deve fazer isso somente em rolezinhos, mas o tempo todo.
ResponderExcluirDaí o UOL foi entrevistar algumas meninas do rolezinho (não sei se você viu o vídeo), e elas acabaram por estragar as defesas. Porque se mostraram fúteis, de certa maneira. Só que a futilidade existe em qualquer classe social, o que muda são as preferências.
Eu, pelo menos, não consigo me posicionar, ainda. Tem erros dos dois lados, é preciso uma análise muito profunda...
Muito bom ter tratado o tema! Gostei.
Grande abraço!
Apesar de soar realmente como problema social (visto em que participantes dos rolezinhos tentam ostentar aquilo que não são de fato), acho que a mídia generaliza a situação e a transforma num caos muito maior do que realmente a essencia da situação.
ResponderExcluirAfinal... porque não transformar uma história vendável em mais vendável ainda?
beijo
Não conhecia esse movimento, vi esses dias no jornal (sabe ne vida no interior. Mesmo assim dá pra se ter uma noção como os outros tem preconceito, especialmente com a cor.
ResponderExcluirAmigo texto maravilhoso amei, só que se vc for bem simples ao shopping ai vc entra em uma loja esta com dinheiro para comprar aquele produto mais esta simples nem a vendedora chega perto de você,uuuuummmm ele é pobre ou ela é negra etc... Sucesso amigo fica com DEUS.
ResponderExcluirhttp://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br
Ótimo texto, Fernando, embora eu tenha restrições à forma como o movimento se dá, e, principalmente,tenha dúvidas sérias sobre o caráter do mesmo, se tem, de fato, algo de mais profundo implicado ou se é apenas mais uma modinha pontual e efêmera que nada tem de potencial mobilizatório no sentido aócio-político.
ResponderExcluirAbraços.
www.dilemascotidianos.blogspot.com
Fe,
ResponderExcluirMuito bom texto. eu concordo com o preconceito que existe. Eu tenho uma amigo que é azul de tão negro, e as vezes nos encontramos no shopping. Basta eu entrar numa loja e ele vir atras que os seguranças ja ficam de olho, Ele sempre brinca dizendo que é segurança da madame, e eu logo falo, negativo ele é meu marido. sei que nem deveria ter essa brincadeira, mais ele pra não se sentir mal vai falando.
Enfim, a hipocrisia reina no pais do carnaval.
Beijos
agora ate o que era um lugar de diversao ta perigosa.
ResponderExcluirrichelleoliveira.blogspot.com.br
Adoro o rolezinho no shoopping.HAHAHAH. tudo agora tem política no meio né? Jesus u.u
ResponderExcluirbeeeeijos rs
http://borboletametamorfoseando.blogspot.com.br/
Seus textos são maravilhosos, sem mais. Simplesmente adorei seus argumentos e concordo muito contigo!
ResponderExcluirOlá, tudo bem?
ResponderExcluirPois é, muitas vezes principalmente em ambiente escolar isto é bem discutido, temos exemplos também da cota para negros, falaram muito durante todo ano passado.
Do rolezinho, bem, não escuto muito mas tenho amigos que adoram falar.
Sacanagem a questão de ficar viando você, poxa, as aparências enganam, muito aliás.
Ainda sonho com um mundo perfeito, sem preconceitos, mas como se nem o Brasil ainda conseguiu mudar.
Adorei o texto, tirinhas bem relatadas também, será um grande jornalista ;)
Abraços
De tudo um pouco da Thá
Olá, vim desejar um ótimo final de semana e agradecer ao carinho e comentários participativos no blog, adoro muito! <3 super beijo, abraço.
ResponderExcluirConcordo contigo, ótimo texto!
ResponderExcluirBeijos
Concordo contigo, ótimo texto!
ResponderExcluirBeijos
Criticar mais fácil do que tentar entender, Fe... uma pena que exista esse pré-conceito. Seu texto excelente. Parabéns! =D
ResponderExcluirCresci em shoppings, sem dúvida, meu lugar preferido. Não suporto entrar em loja e ser seguida. Alguns vendedores querem "ajudar", outros querem comissão ou pensam mesmo que estamos ali para roubar, mas não é só em shopping, nas lojas do centro sempre tem alguém seguindo.
ResponderExcluirTambém não conheço o movimento, mas sei que é o assunto do momento.
Eu já fiz tanto rolezinho, tem coisa mais gostosa do que sair com os amigos?
ResponderExcluirClaro tem sempre aqueles que exageram falam mais alto, riem mais alto (isso sempre teve).
Se o adolescente não puder mais sair com os amigos em locais públicos, o que vai ser desta adolescência brasileira?
Sinceramente eu não sei, aguardaremos cenas dos próximos capítulos.