quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Baladinhas

Olá a todos

Sexta-feira, acordo para mais um dia de aula na faculdade. 5h08 da manhã, é a hora que costumo acertar o celular para despertar, me dou oito minutos para dormir mais um pouco rs, como se fosse fazer alguma diferença, as vezes faz. Nas baladinhas do relógio digital do celular eu acordo. Aula de crítica de mídia, seria a primeira aula, mas o desânimo não me deixou sair de casa naquele dia. E aquele não era um dia comum, tinha compromissos importantes. Além da faculdade, tinha uma entrevista de estágio às 15h30 e uma festa para trabalhar às 18h, ou seja, correria a vista. Sim estágio, sim casa de festa. O estágio era o motivo do meu desânimo. Desde que saí do estágio na prefeitura no dia 28 de dezembro passado venho numa verdadeira maratona de entrevistas, provas, dinâmicas e provas, e, nada. Nada. As vezes um e-mail de agradecimento, as vezes um telefonema dizendo que minha redação jornalística do conto da Chapeuzinho vermelho estava engraçada mas não o suficiente para ganhar a vaga. (história que havia esquecido o enredo completamente em uma prova para uma oportunidade, sim, saber contos de fadas pode te ajudar a vencer uma entrevista de estágio) 
Rumo ao Joá, a caminho da casa de festa - Foto: Fernando dos Santos

Na verdade já tinha perdido a conta de quantos processos seletivos passei e conforme as portas iam se fechando eu ia desanimando mais a cada processo. E penso que isso contribuía para minhas derrotas. Nunca pensei que fosse tão difícil conseguir uma vaga neste mercado tão competitivo que é o da comunicação. Pensei que minha experiência na prefeitura fosse abrir as portas com menos resistência para mim. Mas me enganei. E essa não era só uma questão minha, estava difícil para todo mundo, claro que uns mais, outros menos e outros muito mais. O mercado exige cada vez mais do aluno, inclusive experiência numa área em que você deveria estar aprendendo e por isso penso que o mercado não deveria exigir isso, mas exige. E lá ia eu para mais um processo seletivo. Num jornal esportivo, minha área, foi para isso que escolhi jornalismo, para falar de espore, para passar minha visão sobre o esporte nas mais variadas modalidades. Fui lá já preocupado com oi horário, pois da Cidade Nova para o Joá era chão de mais para percorrer em poucas horas, e como cheguei tarde fui um dos últimos a ser atendido. A entrevista foi bem bacana, um dos editores do jornal que conversou comigo e mostrou a redação do Jornal e onde talvez eu fosse trabalhar, poderia estar ali todos os dias numa redação de um grande jornal de esporte do Rio. Não poderia estar em lugar melhor. Passada a entrevista veio o texto, por incrível que pareça meu calcanhar de aquiles. Tenho deficiências importantes no meu texto e que se elas podem passar aqui pelo blog, certamente não passariam em uma seletiva de estágio. Mas fui lá fiz o texto e mandei para ele. Resposta na segunda. 

As obras da linha 4 do metrô vão alterar a paisagem do local - Foto: Fernando dos Santos

Era 17h20, e tinha que estar no Joá às 18h, ahh a casa de festa, cujo o nome não importa muito neste post. São muitas e se espalham com uma velocidade avassaladora na Barra da Tijuca e em várias regiões da Cidade, festa de criança. Os pais gastam e como gastam dinheiro com festas e vez por outra aparece alguma oportunidade de trabalhar nelas. Foi a saída que encontrei por conta dos dois meses de inatividade financeira. Até conseguir um estágio estarei eu lá fazendo muito bem meu trabalho de garçom, trabalho que não gosto de fazer, mas faço bem. Assim como gosto de ser bem atendido quando vou a um restaurante, gosto de servir bem quando estou do outro lado. Até valorizei mais esta função com os trabalhos na casa de festa. Ahh, quando a gente está atrasado nada ajuda né. Peguei um trânsito enorme na Avenida Nyemeyer. Mas antes passei pelas praias de Ipanema e Leblon, sexta-feira, tempo bom, a praia estava lotada e que vontade de saltar ali mesmo e ficar ali contemplando o lindo pôr do sol. E aproveitar a brisa suave e talvez ficar ali sentado na areia pensando na vida. Mesmo com uma vista linda daquelas estava muito agoniado, preocupado com o horário. Não gosto de chegar atrasado a compromissos, mas a coisa estava feia por ali, tudo parado. Estava a bordo do 557-Rio das Pedras/Copacabana, uma linha que tem um trajeto interessante, pois passa pela Estrada do Joá, em vez de ir pelo elevado. O caminho é exótico com direito a uma vista extraordinária da orla do Rio de Janeiro. O Bairro do Joá é um verdadeiro achado, muitas casas de festa, condomínios fechados e muito próximos as obras da Linha 4 do metrô, que promete trazer algum transtorno futuro ao trânsito do local.  E com aquelas curvas terríveis e traiçoeiras da estrada finalmente chego à casa de festa, às 19h15, mas ainda deu tempo de trabalhar bastante e garantir mais um dinheiro no bolso. 
Estrada do Joá, o principal caminho do 557 - Foto: Fernando dos Santos

Ahhhh o estágio no jornal? Não passei, mas aprendi que preciso contionuar e não desistir até para valorizar quando conseguir. E não ficar reclamando, tá difícil para todo mundo e todos estão aí fora em busca de um espaço ao sol, que está cada vez menor, se é que deu para você entender. Enquanto meu dia não chega, sigo procurando e procuro todos os dias quando chego em casa por vagas de estágio na minha área e daqui a pouco consigo. A ansiedade é grande. Mas enquanto não venço o processo vou trabalhando na casa de festa, vendo e participando da felicidade alheia e até ficando feliz também. Sabendo que minha hora vai chegar, basta ter mais paciência e mais, muito mais força de vontade e coragem para vencer.

Grande abraço
Fernando dos Santos