domingo, 29 de dezembro de 2013

O declínio de um campeão

Olá a todos

A hora já era avançada, 3h20 da manhã e eu e mais alguns milhares de brasileiros estávamos aguardando mais uma grande luta do Anderson Silva. Seja pelo Canal Premier Combate, seja por algum sinal de streaming na internet, esperávamos ansiosamente pela tentativa do brasileiro de provar que ainda era o melhor do mundo no esporte. Não sei quanto a vocês, mas acompanho MMA graças ao Anderson, graças as suas lutas e suas vitórias. Conheci o esporte através dele e à cada luta e nocaute ia me envolvendo cada vez mais com este violento esporte.

Quando ele perdeu a primeira vez para Chris Weidman, anunciou logo uma revanche no dia seguinte e lá se foram 6 meses de intensa propaganda preparando o público para a grande luta. Foram matérias atrás de matérias com a expectativa e parecia que o tempo não passava. Anderson Silva levou o esporte a uma projeção nunca antes imaginada aqui no país, seu estilo único de luta foi se aprimorando e, realmente, parecia não ter adversário e não tinha mesmo.

Momento da grave lesão do brasileiro, fim da luta e Chris Weidman mantém o cinturão (FOTO: Reuters)
Na madrugada de hoje, Chris Weidman provou que é possível vencer mais uma vez o Anderson Silva e o fez com mais facilidade do que no primeiro confronto. É claro que a grave lesão ofuscou o brilho da vitória do americano, mas ele foi melhor durante toda a luta, foi difícil demais para o brasileiro encontrar uma forma de acertar um bom golpe nele. Acompanhei a luta pela internet como se fosse um parente meu dentro do octógono, o coração disparava a cada golpe sofrido por Anderson, tamanho era o meu envolvimento com a luta e a expectativa criada ao longo desses seis meses de espera. Achei o pedido de desculpas dele um pouco exagerado, é como se a vida dos brasileiros estivesse ali em jogo também. Mas isso faz parte do esporte e ele sabia do envolvimento de muitos fãs do esporte que viveram de perto as emoções desta luta também.



Sempre questionado por causa da idade, como acontece com o tenista Roger Federer, que no auge dos seus 32 anos não consegue vencer tanto como antes, este é mais um dilema na vida de Anderson Silva que está com 38. Se ele se aposentar agora, o faz sendo o melhor de todos os tempos no MMA, se não o fizer, terá mais uma chance de provar que que ainda é possível ser o melhor neste esporte que o consagrou. Ele terá bastante tempo para pensar nisso. 

domingo, 22 de dezembro de 2013

A importância de uma fotografia

Olá a todos

O site BussFeed divulgou uma lista com as 45 imagens mais impactantes do ano. Não conhecia o site, mas achei interessante não só para mostrar a importância da fotografia em nossas vidas, mas também para enfatizar o quanto as tragédias do mundo são mais importantes do que as outras coisas. Sei lá, as fotos de coisas ruins causam mais impacto sempre e são as mais valorizadas, inclusive em prêmios mundiais de fotografia. Foi assim que ganharam destaque na lista o terrível furação que devastou as Filipinas, o tornado que destruiu parte da cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos e as queimadas que atingiram a cidade de Dunalley, na Austrália.

A reflexão que faço disso tudo é que nosso mundo está tenso, tenso demais. Saímos na rua e não sabemos se voltamos e a cada dia somos convidados a assistir e a conviver com as piores notícias, que são sempre as mais importantes. Infelizmente o homem acaba valorizando sempre o pior do mundo, sério, das 45 fotos não vi nenhuma boa, nenhuma sequer. Todas tinham algum tipo de tragédia ou de dor profunda. Tudo bem, tudo bem, existe uma audiência forte para isso, imagens de coisas ruins são impactantes, sim. Mas sei lá, me incomoda esse excesso de coisas ruins em toda parte.

Obama na "Porta sem retorno" (Evan Vucci AP Photo)
Uma foto que me impressionou, de certa forma, foi a do presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, visitando a Ilha de Goreé, no Senegal. O lugar conhecido como “Porta sem retorno” ou “Porta sem volta” foi o local onde os escravos eram embarcados para a América. Porta sem volta porque o escravo que passava por ali jamais voltaria para a sua terra novamente. Foi bem significativa a imagem dele ali olhando, meio que imaginando a cena. Me coloquei na pele dele ali também olhando e imaginando como a vida era muito mais difícil do que agora. Temos tudo e ao mesmo tempo não temos nada, temos liberdade, mas é uma liberdade cerceada e que precisamos cuidar para não transformá-la em prisão. Hoje, a Ilha de Goreé é um lugar onde as ondas correm calmas e tranquilas, mas muito sangue correu por ali.

Olhar a foto da “Porta sem Retorno” me fez refletir, mesmo assim, gostaria de ver fotos melhores numa próxima lista dessas que sair por aí.


Grande Abraço  

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Tempo de violência

Olá a todos

Acredito que a maioria de vocês ficaram sabendo da confusão ocorrida na partida da última rodada do Campeonato Brasileiro envolvendo Atlético Paranaense e Vasco, na Arena Joinville. A confusão deixou feridos, um rastro de sangue e correu o mundo, assim como a cena do pai protegendo o filho, cena esta que se repetiu mais uma vez este ano em outro jogo válido pelo mesmo campeonato.

O que ficou mesmo daquela briga foi a selvageria e a covardia em tentar matar o outro por causa do dito amor ao time. Com certeza aquilo não era amor, mas alguma coisa muito maligna motivava aquelas pessoas a se matarem pelos seus clubes. O Cara da barra de ferro com prego na ponta então, nem se fala, um doido total. Eu ainda fico bobo quando vejo essas cenas no futebol brasileiro. Acredito que nada é mais importante que a vida humana e que uma pessoa vai assistir a uma partida para ver um espetáculo, para ver seu time jogar e ponto.

A partir do momento que a pessoa transforma o cara do time rival em inimigo que precisa ser eliminado, aquele dito amor à camisa vira algo que não sei definir. A cena do cara tendo a cabeça pisoteada e o outro que acabou sem as roupas me chocaram bastante. Ainda assim, dentre mortos e feridos, salvaram-se todos. Achei que não veria mais cenas como esta, achei que era possível disputar o esporte pelo esporte puramente. Pensei que o ser humano poderia conviver com o diferente pacificamente. Acabei vendo várias histórias parecidas com aquela batalha em minha mente e percebi que o caminho da paz neste esporte é mais longo e distante do que eu esperava.  

Sim, medidas serão tomadas, cabeças rolarão, mas do jeito que eu vi a coisa, a violência vai permanecer porque ela é estimulada constantemente entre os torcedores. Se você não torce pelo mesmo time que eu você merece morrer, é assim que eu vejo a situação, e isso é ainda mais acirrado em momentos de pressão de ambos os lados como foi nesta partida. Espero que minha esperança volte, acredito que ela volte sim depois de ter ido embora na primeira pisada de cabeça que vi por meio da tela de TV.

Grande abraço
Fernando dos Santos

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Um sentido para a vida

Olá a todos

Você já se perguntou o que está fazendo aqui, o porquê de estar vivo e qual o sentido da sua vida? Acredito que em algum momento da nossa vida nos perguntamos sobre isso ou nos questionamos sobre qual o nosso real papel neste mundo doido. Aprendi que precisamos ser pessoas boas, honestas e tal, e aquelas coisas que as pessoas mais velhas diziam saber ser o certo.

Quando cresci um pouco mais aprendi que temos que viver segundo os preceitos registrados na Bíblia e que devemos guiar nossas vidas pelos ensinamentos que Jesus deixou para nós. Vivemos em um mundo com tantas verdades e com tantos desafios que é difícil para gente nos posicionar sobre determinadas coisas. Cada vez que saímos de casa, abrimos uma página na internet ou conversamos com alguém na faculdade, somos de certa forma influenciados por seus modelos de vida por suas condutas, por seus exemplos. Aprendi de uma forma bem difícil dar valor a minha vida e ainda assim penso que não aprendi tudo ou não coloquei ainda em prática tudo que ouvi e aprendi para ter uma vida melhor. 

Tive várias experiências que me tornaram uma pessoa diferente de anos atrás e isso fala muito da pessoa que sou hoje. Sei que tenho muito que aprender ainda, sei que não sei de nada ainda e que preciso procurar a verdade em meio a tantas verdades existentes por aí. Sei que tenho que tomar cuidado com tudo o que sinto e o que ouço, já que todos os dias temos nossa fé questionada pelo mundo, pelas pessoas e por nós mesmos. Talvez vocês já tenham se questionado sobre o verdadeiro papel de vocês no mundo. Muitos vão falar que estão aqui para serem felizes e viver intensamente, outros vão dizer que estão aqui em busca da elevação da alma, não sei, são tantos objetivos. Sei que o mundo de hoje é complicado para um crente que busca e tenta fazer o que é certo, acho que vai ser sempre assim. O segredo deve ser continuar tentando, sempre, sempre, acertar o alvo. Mesmo que ele esteja bem distante.

Será que vocês poderiam responder o que vocês vieram fazer aqui na Terra?

Coloquei esta tirinha em referência ao blog da Fernanda Bender que sempre utiliza de forma brilhante as tirinhas em seus posts. A ideia é muito boa vale a pena dar uma olhada. :)

Abraços
Fernando dos Santos

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Dançando com meu pai

Olá a todos

Esta semana estava tendo um daqueles raros momentos em que paro para escutar música, e me deparei com algum vídeo do Luther Vandross. O cantor de Soul e R&B (Nunca aprendi o que significa isso) americano, morto em 2005 após sofrer complicações de um derrame, me emocionou muito. Primeiro pela história e carreira interrompida precocemente e depois pelas música lindas que deixou como legado. Uma dessas músicas se chama "Dance Whith My Father" (Dançando com meu pai). Este também foi o nome do álbum lançado em 2003, o último trabalho antes de sua morte.
Abaixo deixei o vídeo com a música e a tradução.

Escutei a música e depois fui repetindo várias vezes, depois procurei a tradução e me emocionei mais ainda. Ele compôs em parceria com o amigo Richard Marx para homenagear o pai. A letra fala da rotina da família e de como a ausência do pai é sentida por todos, mais ainda pela mãe dele que chorava sentindo saudades. Um momento singelo como poder dançar novamente com o pai dele dava ainda mais sentimento a canção. Este momento foi o mais sublime da música, em que ele fala que orava mais pela mãe do que por ele mesmo. E outro em que ele pede a Deus para trazer de volta o pai mas reconhecendo que o Senhor não costuma fazer isso, linda demais, cada verso, cada estrofe é tocante das mais variadas formas. É. seguramente, uma das canções mais bonitas que tive oportunidade de ouvir na vida.


Pensei no meu pai nesta hora. Nunca fui criado com ele, que se separou da minha mãe um pouco depois de eu nascer, ou antes, até hoje não sei nada dessa história. Conforme ia escutando a letra fui pensando nos momentos que não tive com ele e comecei a pensar em como ele estaria agora, se está bem, se está vivo. As referências que eu tive de pai na infância não foram das melhores, eram trabalhadores, sim, mas alguns eram violentos e batiam na família toda. Este pai acabou perdendo a família, pois todos saíram de casa e só o mais novo ficou. Outros bebiam até cair e faziam vexame na rua. Eu sei que nesta vida difícil que vivemos estamos a mercê de de todo tipo de vícios e erros.

Os homens que passaram pela minha infância eram assim, não tinha nenhum que eu pudesse admirar e ter como espelho. Por isso cresci sem sentir a falta de um pai, pensava que eu estava no lucro, já que eu não tinha ninguém para me dar uma surra ou chegar bêbado em casa fazendo confusão. Quando cresci vi o quanto a ausência de um pai fez falta na minha vida. Vejo isso por alguns amigos meus. Não gosto muito desta ideia de ficar indiferente ao assunto só por causa das experiências ruins do passado, o fato é que saber o paradeiro do meu pai é algo que vem tomando conta da minha cabeça, não só por causa da música, mas por ser uma pessoa que deveria fazer parte da minha vida.

Enfim, cada vez que escuto esta canção me emociono de verdade, seja pela perda dolorosa que foi para o cantor, seja pela beleza da música, ou seja pela importância de se ter um pai. Se não fosse importante mesmo para a vida de qualquer pessoa, eles não existiriam.

Grande abraço
Fernando


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Quando uma barata voadora sobrevoa o seu quarto

Olá a todos

Certa vez ouvi alguém dizer que não gostava de barata, pois se tratava de um bicho nojento e pegajoso. É verdade, as baratas provocam os mais variados tipos de sentimentos nas pessoas. Como não poderia deixar de ser, onde moro elas são bem numerosas e nutridas com os restos da nossa alimentação cada vez mais vitaminada. Gostaria de saber se é por isso que elas passaram a ser cada vez maiores e algumas até voam. Talvez, o hábito de voar que algumas baratas têm é o que as tornam ainda mais complicadas de lidar. Ainda não se sabe ao certo porque umas conseguem e outras não, o certo mesmo é que ninguém quer se encontrar com uma em seu quarto escuro à noite ha ha ha.

Estava eu deitado assistindo a mais uma maratona de Mad Men por volta das 2h da manhã. Como é de costume no fim de ano, nuvens carregadas prenunciavam uma chuva derradeira. Ouço trovões, o que na madrugada é ótimo para manter a concentração para dormir. Apago a luz, me concentro no episódio com Don Draper fazendo alguma coisa reprovável quando, de repente, passa ela ou ele num voo rasante com barulho característico atravessando todo o quarto. Dei um salto da cama e fui acender a luz e lá estava ela aterrissada na cortina vermelha da janela.

Ótimo, 2h30 da manhã, já chovia, trovejava e mais aquela criatura brincando de perturbar a paz e a tranquilidade das pessoas. E agora? Peguei um sapato que estava perto e fiquei analisando as minhas chances, só teria uma. Se ela escapa, o meu quarto é tão bagunçado que eu não mais a encontraria e ela poderia passear livre e voar batendo nas coisas e fazendo barulho a madrugada inteira. Baratas voadoras são assim. Não conseguem ficar paradas num canto. Como conseguem voar acham que tem que fazer isso o tempo todo para aproveitar. Enquanto isso ela zombava de mim e subia e descia sem balançar a asa me dizendo que tem o controle da situação. Poderíamos fazer um acordo, eu fico com a metade do quarto e você com a outra, não sei. Eu ficaria de boa, só não fazer barulho. Não gosto de matar animais de qualquer tipo.

Então peguei o sapato, me aproximei e analisei seus pontos fracos, uma hora ela me daria a grande chance e foi o que aconteceu. Quando ela foi para trás da cortina aproveitei a chance, uma dura pancada espremendo a dita cuja contra a parede. Ela ainda caiu na cama e tive que dar uma segunda para garantir. Como as baratas cresceram, dizem que elas dominariam o mundo em caso de um apocalipse nuclear, seria um mundo horrível se isso acontecesse. Enfim, recolhi o inseto e voltei a dormir. 2h43 da madruga e eu correndo atrás de barata no quarto, dura vida rs. Isso até a próxima criaturinha entrar por baixo da porta, ou por algum espaço aberto pela janela.

Grande abraço.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Chegou a hora da temida Monografia

Olá a todos

Estou no final da faculdade, um momento bom pois está chegando a hora de me formar e me lançar de cabeça no mercado de trabalho, mas é um momento ruim porque há o afastamento dos amigos que fiz por aqui. A universidade talvez seja a parte mais importante da nossa carreira. É aqui que fazemos as amizades que vão nos acompanhar por toda a nossa vida. Mas ainda não acabou. Depois de entregas os trabalhos, relatórios, artigos e relatórios chegou o momento de fazer a monografia. Foi aí que eu me encrenquei. Como eu fazia estádio em assessoria de imprensa, pensei em fazer meu projeto sobre comunicação institucional nas redes sociais. Eu só não sabia que esse tema era a coisa mais chata do mundo. Fiz o Pré Projeto, entreguei  e tirei 9,0. Depois fiz o que todo professou universitário mais odeia nesta terra, mudei de tema. Sempre gostei de esportes e quis fazer algo relacionado a isso, mais precisamente sobre futebol. 

A "terrível" monografia rs
Um problema, agora estou quebrando a cabeça para achar um tema que se possa relacionar Jornalismo e Futebol, seu que existe bastante coisa, mas tá difícil fazer um link que me facilite na hora de fazer a pesquisa. Ano que vem como terá a Copa do Mundo, o semestre será mais curto com previsão de término em maio. Por isso terei muito trabalho nas férias para refazer meu Pré Projeto e dar início a pesquisa. Acho que vou me dar bem, só o transtorno mesmo é que é chato. Não aconselho ninguém a mudar de tema na monografia, só arranjará problema, porém se você não se deu bem com o tema que iniciou, não tem outro jeito, mude e parta para o abraço. Espero resolver isso nas férias que se aproxima, o futebol foi o principal motivo de eu ingressar no jornalismo e nada mais justo do que terminar a faculdade com ele. Espero que consiga, mas poderia ser mais fácil né. rs

Grande abraço
Fernando dos Santos

domingo, 24 de novembro de 2013

Se perdar

Olá a todos

Uma semana, duas semanas, três, talvez, nossas reuniões já foram mais frequentes, hoje adiaram mais uma vez. Alguns participantes reclamaram, na verdade só um. Ele estava para sair de casa quando recebeu a notícia de que não haveria a reunião. Chiou, mas fazer o quê, ele não tinha ninguém para substituí-lo a não ser eu. Fui chamado na sala de reuniões.
- Fernando você deveria estar apto para substituí-lo, ele precisa de você e onde você está, isso quando aparece.
- Eu não sou compatível com a função, acho que não. Eu penso coisas que não deveria pensar, faço coisas que não deveria fazer e não leio o que deveria ler na hora que têm que ler e quando é necessário ler.
- É verdade, não tinha me ligado nisso, você errou, precisamos de outra pessoa, verei outra pessoa, vá para casa e conserte-se, já, não poderá sentar nesta cadeira caso não consiga e eu fique sabendo que não conseguiu
- Achei que vocês estariam mais preocupados com meu bem estar, com a minha volta à posição que eu ocupava aqui
- Não se faça de vítima, você sabe as regras, você poderia não saber quando entrou aqui, mas ficou sabendo depois.
- Melhor eu ir para casa então
- Posso estar sendo duro com você, mas tenho algo importante para te falar antes de você ir, Se Perdoe.

Me retirei da sala e fui embora, mais uma reunião não aconteceu, não sei até quando isso vai continuar assim.

Grande abraço
Fernando

sábado, 2 de novembro de 2013

Um novo dia de novembro

Olá a todos

As vezes eu fico pensando em como a nossa vida é complicada, ou como complicamos demais ela. Não sei ao certo. Precisamos sempre procurar pensar em coisas boas, encher a nossa mente daquilo que nos trás paz e alegria, mas nem sempre conseguimos. Ligamos a televisão e somos brindados todos os dias com as notícias de violências, contravenções, tragédias e mortes, todos os dias têm sido assim e não muda. Gostaria de entender porque a desgraça importa tanto ao jornalismo. Por que somos obrigados a fazer isso todos os dias. Como vamos conseguir ofertar a nossos pensamentos as coisas boas da vida se somos obrigados a lidar com a violência e a imprevisibilidade do mundo de forma diária.

Sabe, queria ter o poder de não me importar com as coisas, com o que falam ou pensam de mim com o que esperam de mim, com as expectativas que pesam em meus ombros todos os dias quando acordo. Queria poder fazer minhas coisas sem pensar se estarei ofendendo alguém ou não pela simples maneira de expressar um sentimento. Mas precisamos tomar cuidado quando atravessamos a rua, quando passamos por um lugar perigoso ou com o que vamos falar no local de trabalho. Só queria poder viver tranquilamente na favela onde eu nasci como diz a música. Ou poder navegar por mares distantes sem me preocupar com perigos. Mas o maior perigo é viver e a cada dia ganho é um novo desafio e quando voltarmos e deitarmos em nossas camas, podemos considerar uma nova vitória, a vitória da vida.

Estava aqui agora a pouco lendo textos para compor minha monografia, uma obrigação como bom estudante de jornalismo e também pensando na vida. Pensando no que fazer depois e pensando em como encarar a vida daqui para frente. As vezes sinto que a vida é um grande "The Walking Dead" em que precisamos encarar a monte todos os dias. Mas, na série, a morte anda e pega as pessoas, na vida real, ela gosta mais de aparecer de repente, sem aviso. Mas não estamos naquele mundo da série, graças a Deus. Estamos aqui na terra onde há vida por toda parte, basta largar o pc ou o notebook e ir um pouco lá fora. Vai ver pessoas no campo jogando enquanto outras estão na praça conversando e outros, ainda, caminhando. Precisamos entender as dificuldades e as perdas que a vida vai nos trazer, mas não vamos compreender nunca. Nós nascemos para viver, nunca vamos entender quando vamos ter que nos despedir de alguém, mas vamos ter que fazê-lo.

Eu só queri mesmo é viver e ser muito feliz nesta vida e se ela é curta, então vamos aproveitar o tempo que temos aqui e viver o que há de melhor. Sonhar, escrever e fazer com que cada segundo valha a pena. Sei que é difícil, porque somos chatos, enjoados e cheios de crises existenciais. Vamos gastar uma boa parte da nossa vida resolvendo essas questões, mas uma coisa é certa, nunca é tarde.Ser impermeável é uma característica de poucos, a maioria se irrita com que os outros dizem. Mas jamais seremos unanimidade, nem para nossa família nós somos. Enfim, deixa eu voltar ao trabalho.

gde abrss
Fernando dos Santos

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O mendigo e a música

Olá a todos,
Semana passada estava eu no ponto para esperar o ônibus que me levaria da universidade até o estágio no Centro do Rio. Quando me aproximava, avistei um mendigo jovem cantando em alta e linda voz a música "Acredite", da cantora gospel Jamile, aquela que começa: "Acredite que nenhum de nós já nasceu com jeito para super herói..." Fiquei olhando para o cara cantando a música e pensei no caminho que ele deve ter trilhado até chegar ali. Nas derrotas e quedas que ele teve na vida até chegar naquele ponto, visivelmente drogado e cantando uma música que tem como principal mensagem, a esperança.

Por outro lado, penso também nas milhares de pessoas que vivem nas ruas deste imenso Rio de Janeiro. Muitas delas tem casa, fugiram dela ou foram colocados para fora. Muitos outros encontraram no vício das drogas a saída para aguentar a situação precária em que vivem. Como não enlouquecer em um lugar onde a carência é total e a audiência é zero. Audiência esta que via o homem cantar e passava adiante, sempre tem aquele que ri, tem aquela senhora que aperta mais a bolsa contra o peito para se proteger contra um possível assalto e tem aquele que se afasta temendo um ataque. 

Acredito que ninguém estava ligando muito para ele. Eu fiquei ali, parado, olhando aquele cara em sua loucura entoar um cântico tão lindo em meio a situação de miséria total em que se encontrava. Miséria mesmo. Logo, aquelas pessoas iriam para os seus objetivos e ele permaneceria ali com sua garrafinha de cola. Mais tarde teria que fazer um assaltou ou dois, ou precisaria depender da ajuda de alguém para lhe arranjar comida. A madrugada seria fria e triste e de manhã começaria tudo novamente. Ele vai acordar muito depois das pessoas chegarem ali para esperar seus respectivos ônibus.  

Quando vemos uma pessoa em uma situação de miséria total na rua, temos que parar para pensar. Se ele, mesmo em sua loucura pode cantar "Acredita" o que dirá de nós, meros mortais tremendamente abastados e com um bom teto para dormir. Não quero que pense sobre esse texto como aqueles com palavras de ordem sobre olharmos mais para o outro. Mas a verdade seja dita; passamos tanto tempo olhando para nós mesmos que esquecemos que há um mundo muito cruel lá fora e muita gente sucumbindo a ele.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A queda

A gente vai cair um dia. E você também, se já caiu, certamente cairá novamente. As coisas tem um sério problema em se manterem no ar. Precisam de força para permanecerem por lá, é assim com o avião e a necessidade de potência na turbina, o pássaro e o bater contínuo das asas e o paraquedas que precisa estar aberto corretamente. Mais importante que cair é poder se levantar e bem. Mas escutamos pouco sobre isso. Eu escuto. Vivemos num mundo e numa sociedade onde devemos ser perfeitos sempre.

Temos que ser bons em tudo e o tempo todo. Não podemos errar e, pior, não só não podemos errar como não podemos ser vistos errando e, ainda pior, as pessoas não podem saber do nosso erro. Sinceramente, não sei o que é pior. Sei que qualquer tipo de queda pode causar sérios danos à saúde e a imagem. Mas quando a saúde padece a compreensão das pessoas é maior. Elas ficam consternadas com a possibilidade da morte ou sei lá. Quando não envolve saúde, o julgamento é rápido e a condenação mais ainda., e ela vem por pessoas que pensam que são melhores que você. Elas acreditam nisso, ou porque não cometeram o mesmo erro ou por pensarem que jamais cometeriam igual delito.

A premissa é clara e incisiva, se eu jamais cometeria o mesmo erro que você logo, sou melhor. Eu nunca me senti assim, mas , confesso que já julguei muitos as pessoas. O que me deixa aliviado é saber que todo mundo faz isso também. Estou tentando melhorar, tentando mesmo. Somos seres humanos e não podemos julgar ninguém. Precisamos nos colocar na pele do outro para saber e até entender para poder ajudar. Cada caso sempre será um caso e vice-versa. Cada um com seu cada um e é um mais complicado que o outro. E será assim sempre. Hoje posso ver e analisar melhor as pessoas antes de julgá-las, embora seja difícil. Na verdade as quedas são sempre condenadas. E aí quem cai se isola ou tem que se retirar. É assim em qualquer lugar, salvo se acontecer as situações acima já mencionadas ( não podemos ser vistos errando e as pessoas não podem saber do nosso erro). Nestes casos, tudo bem, você pode levar numa boa. Penso que podemos tentar aprender algo com isso. Time que está ganhando não se mexe, mas o que perde e cai, sim.

Quando penso em queda vem à mente um lindo texto bíblico que está no livro de gênesis. Na ocasião Deus exorta Caim sobre o que ele está pensando em fazer, que é matar o irmão Abel. Percebendo a queda iminente Ele, ainda dá um grande conselho a Caim:
O Senhor disse a Caim: "Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto?
Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo" (Gênesis 4:6-7)


É por isso que caímos, porque insistimos em fazer o dá na telha, o que achamos que devemos fazer mesmo sabendo que não vai dar certo. O final da história é de conhecimento de todos, Caim matou o irmão Abel. Mas penso muito neste versículo em que o Senhor diz que o pecado ameaça à porta e que devemos dominá-lo. Pense nisso quando você errar e cair. Você saberá que está tomando atitudes para que isso aconteça. Ninguém cai sem saber que está caindo. Temos o livre arbítrio de fazer o que queremos, podemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance e o que não tiver também.  Mas isso não significa que as pessoas deem as costas para nós e nos tratem como pessoas inúteis. 

Se a inevitável queda acontecer saiba também que terão muito mais pessoas dispostas a manter você caído do que para te ajudar a levantar. São aquelas que, por não terem feito a mesma bobagem que você, o colocarão num nível inferior. Peço a Deus que exista pelo menos uma pessoa que tente, até o último segundo, impedir a sua queda e, que exista ao menos duas que ajudem você a se levantar quando estiver caído. 

Grande abraço.
Fernando dos Santso

segunda-feira, 24 de junho de 2013

O Dia D dos protestos no Rio de Janeiro


Os últimos dias foram marcados por eventos que, literalmente, incendiaram o país. Os protestos de rua que começaram por causa dos 20 centavos e depois chegaram à conclusão que não eram apenas os ditos 20 centavos, marcaram o Brasil em praticamente todos os estados. O Movimento Passe Livre conseguiu com que as tarifas fossem reduzidas em várias partes do país, inclusive nos estados mais “teimosos” e relutantes como Rio de Janeiro e São Paulo. É claro que, junto com as manifestações veio uma explosão de violência sem precedentes causando, inclusive, mortes em  pelo menos dois estados.
  
Concentração em frente à Igreja da Candelária 
O Dia "D" aqui no Rio de Janeiro foi na quinta-feira, dia 20, um dia após prefeito e governador anunciarem a redução da tarifa. Resolvi ir com amigos da faculdade. Eu até esperava passar dificuldades por conta da violência crescente que marcou os outros protestos que ocorreram na cidade. Mas não esperava passar pela verdadeira aventura que foi àquele dia. Muitas eram as reivindicações, desde a PEC 37, a Proposta de Emenda Constitucional que limita o poder de investigação do Ministério Público, o fim da corrupção, ]a melhor utilização dos recursos públicos e até a não realização da Copa e da Olimpíada.

No início tudo estava lindo, as pessoas com suas faixas e cartazes desfilavam pela Avenida Presidente Vargas, a principal do Centro da Cidade. Já passava das 16 horas e a concentração de gente era grande. A preocupação com os estabelecimentos públicos e particulares era grande, pois os bancos e as lojas eram o principal alvo dos vândalos que sempre saqueavam as lojas quando o protesto chegava ao fim. A saída encontrada por eles foi tampar as fachadas com tapumes, o que acabou se revelando atitude insuficiente para conter os bandidos. Os tapumes foram usados como escudos pelos manifestantes que partiram para cima da tropa de choque.

Alguns cartazes eram interessantes, muitas pessoas se utilizaram do humor para passar sua mensagem. O protesto de quinta não tinha um objetivo definido, algo que me incomodou um pouco. Era um protesto sobre tudo o que incomodava a população. Por um lado este caráter fragmentado das manifestações se mostrou interessante pelo fato de não haver apenas uma ou duas demandas a serem resolvidas para a população. Pelo outro achei ruim por conta de serem tantas vozes a serem ouvidas que receio que nem todas encontrarão ouvidos para tal. Muitas pessoas usavam a máscara símbolo do anonymous que, ao meu ver, não tinha nada a ver com Brasil. Mas tudo bem, é minha opinião sobre o assunto. Você poderia encontrar uma pelo preço de 10 reais. 
Muitos cartazes traziam mensagens contra a PEC 37


Ainda assim, de acordo com estimativas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Não sei como só existe eles para fazerem isso) cerca de 300 mil pessoas estavam presentes no protesto. Eu, particularmente, achei que tinha muito mais gente. O objetivo era partir da Candelária e terminar na Prefeitura Municipal, que ficava no final da avenida. Não achei uma boa ideia, pois nas últimas manifestações os incidentes ocorriam justamente porque as pessoas queriam depredar os órgãos do governo. Foi assim em São Paulo, Brasília e no próprio Rio quando pessoas tentaram invadir a Assembléia Legislativa no protesto de segunda feira (17).

Não deu outra, quando chegaram à prefeitura a confusão começou. Algumas pessoas iniciaram brigas e incendiaram tudo o que viram pela frente, inclusive um carro da reportagem do SBT. Não consegui avançar para ver o que estava acontecendo lá na frente. Fiquei encaixotado no meio sem ter chance e coragem de ver o que ocorria lá na frente. Então recuamos e voltamos em direção ao ponto de início da passeata. Até aí, tudo tranquilo, mas quando o grupo começou a chutar e derrubar os tapumes da obra de uma biblioteca começou a confusão perto do meu grupo.

O Batman e a Batgirl vieram com suas mensagens
Cada um correu para um lado e para rua que a gente ia um conflito estava acontecendo. Tentamos chegar na estação do metrô da Carioca e uma galera voltava de lá dizendo para não irmos por ali. Então tentamos chegar na zona portuária e mais uma vez um mundaréu de gente voltando dizendo para não ir para lá. Foi aí que um do grupo teve a brilhante ideia de subir num morro localizado no bairro da Gamboa, colado no Centro do Rio. Enquanto a multidão vinha, entramos na ladeira. Havia dois policiais patrulhando a entrada da ladeira, quando viu a gente entrando apressadamente na rua, um deles desembainhou pistola, mas quando viu que o grupo era pequeno e pacífico recolheu a arma e deixou a gente subir.

A esta altura eu já estava desesperado, tentei argumentar para não entrarmos ali, mas não fui ouvido e a galera foi subindo, subindo. O cara que deu a brilhante ideia disse depois que tinha visto a rua no Google Maps, vê se pode? Fomos orientados pelos moradores a entrar numa igreja que tinha lá em cima. No local nos receberam super bem e dali escutamos o barulho de tiros e bombas, ou seja, o negócio estava brabo lá embaixo.

Quando o negócio acalmou fomos levados por moradores da região ao outro lado da comunidade para tentar pegar um ônibus para casa. Conseguimos chegar na zona portuária e a um lugar mais tranquilo para todo mundo pegar seus respectivos ônibus e irem para suas casas. Eu fui o que mais se ferrou nessa, pois a empresa que fazia a linha que me levaria para casa recolheu todos os ônibus e só consegui chegar em casa as 2 da manhã. Pensei, sinceramente, que a gente ia se dar muito mal quando entramos na comunidade em que ninguém conhecia. Mas graças a Deus acabou tudo bem. Ainda brinquei que a gente agora, tinha histórias para contar aos nossos filhos e netos rs.
Mascaras do anonymous se espalhavam pela passeata


Infelizmente, a violência foi a marca da maioria dos protestos, mas acredito que o principal objetivo foi alcançado que foi incomodar o governo. Também foi importante para mostrar que o povo começou a lutar por direitos que não estavam sendo respeitados e, que passam por várias esferas de atuação do estado, como destinar mais verbas e principalmente atenção para saúde e educação. Ainda acho que está só no início e que este movimento com muitas vozes, mas sem um líder específico precisa evoluir. Acredito que a maioria quer um país melhor e foi por isso que resolvi ir. Espero que da próxima vez passe menos sufoco.



Grande abraço
Fernando dos Santos

sábado, 8 de junho de 2013

Dia de jornalista nos 15 anos do jornal Extra


Olá a todos

Redação de vidro na praça XV de Novembro
Em comemoração aos seus 15 anos, o Jornal Extra promoveu um evento em que sua redação estaria localizada, durante toda a semana, na praça XV de novembro, no centro do Rio. Lá, fez exposições das capas mais marcantes do jornal além de convidar artistas e personalidades para um bate-papo com o público. Achei legal a iniciativa, pois, de certa forma, aproxima o jornal do público, além de instigar a curiosidade das pessoas em saber o que estava acontecendo ali. Eu como um bom estudante de jornalismo quis ir lá conferir.


Celulares e mais celulares tentando uma fotinha da Nicole 
Uma das “iscas” promovidas pelo jornal foi a presença de mulheres na redação de vidro, mulheres bonitas, famosas e que fariam um ensaio fotográfico ali bem pertinho das pessoas. Apelaram para Viviane Araújo, Gracyane Barbosa, Mulher Melancia, entre outras. Não deu outra, lotou de gente querendo ver ou tirar algumas fotos. Fui lá na quarta-feira (dia 5) e quem estava fazendo o ensaio fotográfico era a repórter do "Pânico" Nicole Bahls. O alvoroço era grande e percebi que a importância da história do jornal estava mesmo jogada de lado.  O público estava ali mesmo para ver a Nicole e estavam pouco se lascando para o evento em si.

Exposição das capas marcantes nos 15 anos do jornal

Fiquei pensando se o evento teria um público maior se não tivesse este apelo. Se, para atrair alguma platéia é necessário colocar uma modelo com pouca roupa para ter uma aglomeração e depois tirar uma foto bonita e colocar na capa do jornal. Enfim, deixando as críticas de lado, achei bacana a ideia. Numa época em que o jornalismo, principalmente o impresso, anda numa expectativa diária entre o risco ou não da extinção, é legal comemorar esta data importante.

Entrevista com lutadores Toquinho e Sheymon


O Extra está entre os jornais mais vendidos do país com circulação média diária de mais de 200 mil exemplares. E o evento ficou na praça XV durante a semana toda. Na quarta-feira, além do ensaio fotográfico, teve um bate-papo com os lutadores do UFC, Toquinho Palhares e Sheymon Moraes. Eles contaram um pouco da história deles no esporte e interagiram bastante com o público.


Acho que valeu pelo evento, que reuniu muitas pessoas entre atores, esportistas e cantores. Legal poder montar uma grande estrutura e levar a redação para a rua, onde é o terreno do jornal e onde consegue as pautas e os assuntos a serem veiculados no dia seguinte. Muitos criticam o fato dos jornalistas estarem menos nas ruas, desta vez estavam todos na rua rs. Legal esta tentativa de aproximação com o público.

Gde abrss
Fernando

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O dia em que fui interrogado por bate-bolas



Olá a todos

Na vida às vezes passamos por cada uma, que nem acreditamos depois que acontece. Certa feita estava eu voltando da casa de um amigo na minha bicicleta cross, de cor preta e pneus vermelhos. Ela estava velha, sem freio e com os pneus bem carecas. Ah, além disso, as correntes tinham um péssimo hábito de sair quando atingia certa velocidade. Era época de carnaval e a rua estava com certo número de bate-bolas nas ruas com suas fantasias fazendo barulho. Eles são aquelas pessoas que ficam fantasiadas na época de carnaval, geralmente usam máscaras esquisitas e andam em grupo fazendo barulho. Só os vejo durante o carnaval mesmo.

Passava das onze e meia da noite, vinha em velocidade de cruzeiro pela pista quando ouço uma voz a me chamar. “Ei, você espera aí”. Pensei “Caramba, uma hora dessas vão roubar minha bicicleta”. Como estava correndo bem, tive um pouco de dificuldade na hora de frear a bike, coloquei o pé no chão arrastando no asfalto parando a bicicleta. Pensei em correr, acelerar o passo, mas lembrei nas inúmeras vezes que fiz isso e a corrente saiu, minha canela estava cheia arranhões por conta disso. Então parei, avistei de longe, eram os Clóvis, aqueles bate-bolas ditos mais sofisticados de vestido e sombrinha na mão. Tinha uns três ou quatro, todos fantasiados. “Vou ser roubado por um bate-bola???”  

Fantasias dos Clóvis no carnaval (Foto Google)
Quando o cara de fantasia lamentável chegou até mim na rua escura e deserta falou: “Cadê a bolsa da tia?” Tia? Ele estava me confundindo com alguém, só pode. Ou estava arrumando uma desculpa para que eu descesse da bicicleta para ele levá-la. Eu não faria muita resistência porque a bicicleta era velha demais para que eu a protegesse com a vida. Perguntou mais uma vez: “Cadê a bolsa da tia?”. Expliquei toda a situação, como de onde vinha e para onde iria e tal, mas não adiantou. Os outros chegaram e me cercaram, eu estava realmente sem saída. Não tinha como provar que não era eu, a não ser o meu próprio testemunho. Então eles resolveram me escoltar até a moça que foi roubada.

A rua dava entrada a um conjunto de residências. No caminho até a porta da casa da moça da moça um aglomerado de gente entre menores e maiores, bate-bolas e Clóvis me rondavam como que acompanhando uma autoridade, ou cercando um bandido para que não fuja. Me senti muito acuado, agora não tinha nem como correr. Umas vinte pessoas se preparando para me "juntar" ali mesmo, apenas esperando o “ok” de alguém, talvez da tia. Eles gritavam coisas do tipo. “Se foi você, cara, vou metê-le a porrada!!” Já estava prevendo o final, como a bolsa da tia não estava comigo, eles iam me moer na pancada, jogar meu corpo em alguma esquina e dar um sumiço na minha pobre bicicleta. Antes de chegar à casa da tal tia, um alento, algumas pessoas reconheceram a diferença entre minha bicicleta e a do ladrão e começaram a falar que não tinha sido eu.
Quando chegamos na porta da casa da mulher expliquei toda a história novamente e os Clóvis exultantes crentes que estavam fazendo justiça:
- Foi ele tia?
- Se foi ele eu não sei por que não vi e estava escuro...

Argumentei que fazia aquele caminho quase todos os dias indo na casa de um amigo e que jamais faria uma coisa dessas. E, não havendo provas do crime, foram obrigados a me liberar. Acelerei a bike até o final da rua de forma apressada. Realmente algumas pessoas viram que a bicicleta era diferente, foi a minha salvação. Na esquina da rua, um senhor me parou. Era um homem de idade mais avançada e queria saber o que tinha acontecido. Via toda aquela movimentação à minha volta. Falei tudo a ele, ele perguntou onde morava, falei Cidade de Deus, àquela mesma do filme.

Os pneus da minha bike eram assim (Foto Google)
No final ele disse que eu não tinha cara de quem fazia isso. Cara de quem rouba bolsas de tias. Fiquei feliz com a declaração dele, apesar de achar errado julgar as pessoas pela cara, foi bom saber que eu não tinha a tal cara de quem faz isso. Me cumprimentou e pude ir para casa com mais tranquilidade. Cheguei tenso e em silêncio, não falei nada para ninguém. Minha bicicleta não duraria muito, sugava ela até não poder mais andar além de não me permitir imprimir uma fuga dos Clóvis. Dei graças a Deus que saí dessa. Desde então passei a ter receio de ser confundido com ladrões e assaltantes por aí, muito embora não pudesse prever este tipo de situação. Uma coisa era certa, já não gostava de bate-bolas, depois disso passei a gostar ainda menos.

Esta história é real, passei por isso mesmo. Como os amigos da escola zoavam "É um fato venério" rs. Eu consigo rir disso hoje, apesar de ter temido demais no dia.

Grande abraço
Fernando
Siga no Twitter: @fernu

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Feriadão, filme e futebol, tudo a ver

Olá a todos

Feriadão, é dia e época de sair, distrair um pouco. O bom de um feriado na quinta é que a sexta acaba virando feriado também. É a change de dar um freio na semana, na correria de faculdade, estágio, trânsito e muito trânsito. Pensei em ver um filme com a namorada, mas acabei não conseguindo. A economia é tanta que nem um luxinho desses está dando, mas a enrolação também ajudou, a gente pensa, pensa e acaba não fazendo nada do que planejamos. Então, visitamos uns amigos que viraram pais recentemente. Falo sobre isso e mais um pouco na postagem no "BLOG FILHO".  

Cara muito feia do Incrível Hulk, para mim, virtual demais
O cinema acabou ficando em casa mesmo, assistindo ao filme "O incrível Hulk (2008)". Confesso que esperava mais do filme, apesar de ter efeitos visuais bem legais, achei a atuação de Edward Norton bem fraca. Além de muitas coisas mal explicadas no decorrer do filme, como quando ele, do nada, aparecia em outro país. O visual do  Hulk estava pouco natural, e virtual demais,  tinha partes do filme em que ele parecia um desenho. Enfim, mas como história e distração e deixando o metido a cinéfilo crítico chato de lado, é uma obra de entretenimento legal e satisfatória. 

O filme acabou junto com a partida do Atlético Mineiro pela Copa Libertadores. Eu como bom louco por futebol, sempre dava uma atualizada no celular para conferir o andamento da partida. Não sou atleticano e, sim, botafoguense, ainda assim, a paixão pelo esporte me faz ficar sempre ligado em tudo que acontece. O jogo estava nos minutos finais, mais precisamente aos 48 do segundo tempo, o empate em 1 a 1 com o Tijuana do México dava a classificação ao clube mineiro, quando o juiz marca um pênalti para o adversário. O narrador grita "Pênalti!!!!!!!!!" Abandonei os créditos finais do filme e corri para frente da televisão " como assim pênalti aos 48?" O gol significaria a eliminação do Atlético que fazia grande campanha no ano.

Goleiro Vitor sendo abraçado pelos companheiros depois
depois de defender o pênalti (Foto: Reuters)
O juiz tinha dado, quatro minutos de acréscimo  o que significaria que após o pênalti, não haveria tempo para mais nada. Aí o improvável aconteceu, o goleiro Vítor pegou com os pés o pênalti batido pelo colombiano Duvier Riascos. O estádio explodiu, muitos torcedores chorando muito, vibraram com a defesa do goleiro e a esperança de ver o time se classificar para as quartas de final da competição. Fim da partida, o empate garante a classificação. Quando vejo lances como este, penso em como o futebol é um grande esporte. No momento do pênalti muitos torcedores colocavam a mão na cabeça e já se preparavam para o pior. A classificação não deixa ade ser uma premiação para o grande trabalho do técnico Cuca no comando do galo.

No final, um bom filme, um bom finalzinho de jogo e uma caminhada na noite fria e escura da região. Uma cena chata de um pai batendo muito no filho no meio da rua, e também falo disso no "BLOG FILHO". Uma caminhada pelas ruas molhadas da chuva miúda que caía e sempre pensando muito na vida. Os próximos passos a decidir, a caminhada, planos, preocupações, muitas coisas. Por isso é bom distrair a cabeça saindo, vendo um bom filme ou assistindo uma boa partida de futebol, mesmo sendo os cinco minutos finais. As demandas da vida exigem tanto de nós, que quando paramos um pouco descobrimos que o descanso é fundamental para ajudar a por a cabeça no lugar. Um post que foi uma mistura só, futebol, passeio com a namorada, cinema, rs, ahh e é  Claro... ainda ficar até 2h50 da manhã para postar no blog. rsrs

grande abraço
Fernu

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Meu querido blog

Olá a Todos

Nossa, o dia 28 de fevereiro ficou distante no mapa da minha última postagem aqui no blog. Na verdade, nunca fui um assinante assíduo que escreve diariamente sobre qualquer coisa da minha vida no blog. Até poderia ser, eu gostaria de ser uma pessoa assim. Escrever é um dom, um dom que exige paciência e respeito pela letra. De "Baladinhas" pra cá, alguma coisa mudou. Aquela rotina de casa de festa ficou de lado, pois arrumei um estágio depois de passar numa prova. Gostaria de escrever sobre muitas coisas que aconteceram de lá para cá e ser mais ativo nas redes sociais também. O reconhecimento, mesmo que pouco que recebo por cada texto que posto é muito bom e me anima a continuar por aqui.

O estágio foi uma grande conquista já que estava há mais de três meses na busca por ele e graças a Deus consegui. O bom do blog é que ele é um espaço meu, um espaço no qual posso falar de mim e para mim mesmo. Ainda assim é complicado abrir a vida num lugar tão público como este. Por outro lado, esta conquista mostra que não posso ficar parado, a sede de escrever continua forte e muitas vezes ela perde para preguiça e a pretensa falta de tempo. No meio do período da faculdade fica difícil postar mesmo, difícil parar e ficar aqui pensando " o que vou escrever hoje". 

Sinceramente queria ser esta pessoa. Tem gente que posta umas cinco ou sete vezes na semana e escrevendo bem. Eu ainda me enrolo com as palavras e, apesar de estar cursando os últimos anos de jornalismo, ainda me enrolo e erro em muitas frases e colocações. Mas faz tempo que estou aqui e tem muita coisa que gostaria de passar para o "papel" e o lugar é este. Espero não ter perdido os bons comentários que recebi, apesar de pensar que muitos deles foram em agradecimento por ter vistado outros blogs. De qualquer maneira, volto em breve. Pois nenhum blogueiro decente pode viver apenas de "baladinhas" rsrs. Meu querido blog, estou aqui, muito bom revê-lo...

grande abraço
Fernu...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Baladinhas

Olá a todos

Sexta-feira, acordo para mais um dia de aula na faculdade. 5h08 da manhã, é a hora que costumo acertar o celular para despertar, me dou oito minutos para dormir mais um pouco rs, como se fosse fazer alguma diferença, as vezes faz. Nas baladinhas do relógio digital do celular eu acordo. Aula de crítica de mídia, seria a primeira aula, mas o desânimo não me deixou sair de casa naquele dia. E aquele não era um dia comum, tinha compromissos importantes. Além da faculdade, tinha uma entrevista de estágio às 15h30 e uma festa para trabalhar às 18h, ou seja, correria a vista. Sim estágio, sim casa de festa. O estágio era o motivo do meu desânimo. Desde que saí do estágio na prefeitura no dia 28 de dezembro passado venho numa verdadeira maratona de entrevistas, provas, dinâmicas e provas, e, nada. Nada. As vezes um e-mail de agradecimento, as vezes um telefonema dizendo que minha redação jornalística do conto da Chapeuzinho vermelho estava engraçada mas não o suficiente para ganhar a vaga. (história que havia esquecido o enredo completamente em uma prova para uma oportunidade, sim, saber contos de fadas pode te ajudar a vencer uma entrevista de estágio) 
Rumo ao Joá, a caminho da casa de festa - Foto: Fernando dos Santos

Na verdade já tinha perdido a conta de quantos processos seletivos passei e conforme as portas iam se fechando eu ia desanimando mais a cada processo. E penso que isso contribuía para minhas derrotas. Nunca pensei que fosse tão difícil conseguir uma vaga neste mercado tão competitivo que é o da comunicação. Pensei que minha experiência na prefeitura fosse abrir as portas com menos resistência para mim. Mas me enganei. E essa não era só uma questão minha, estava difícil para todo mundo, claro que uns mais, outros menos e outros muito mais. O mercado exige cada vez mais do aluno, inclusive experiência numa área em que você deveria estar aprendendo e por isso penso que o mercado não deveria exigir isso, mas exige. E lá ia eu para mais um processo seletivo. Num jornal esportivo, minha área, foi para isso que escolhi jornalismo, para falar de espore, para passar minha visão sobre o esporte nas mais variadas modalidades. Fui lá já preocupado com oi horário, pois da Cidade Nova para o Joá era chão de mais para percorrer em poucas horas, e como cheguei tarde fui um dos últimos a ser atendido. A entrevista foi bem bacana, um dos editores do jornal que conversou comigo e mostrou a redação do Jornal e onde talvez eu fosse trabalhar, poderia estar ali todos os dias numa redação de um grande jornal de esporte do Rio. Não poderia estar em lugar melhor. Passada a entrevista veio o texto, por incrível que pareça meu calcanhar de aquiles. Tenho deficiências importantes no meu texto e que se elas podem passar aqui pelo blog, certamente não passariam em uma seletiva de estágio. Mas fui lá fiz o texto e mandei para ele. Resposta na segunda. 

As obras da linha 4 do metrô vão alterar a paisagem do local - Foto: Fernando dos Santos

Era 17h20, e tinha que estar no Joá às 18h, ahh a casa de festa, cujo o nome não importa muito neste post. São muitas e se espalham com uma velocidade avassaladora na Barra da Tijuca e em várias regiões da Cidade, festa de criança. Os pais gastam e como gastam dinheiro com festas e vez por outra aparece alguma oportunidade de trabalhar nelas. Foi a saída que encontrei por conta dos dois meses de inatividade financeira. Até conseguir um estágio estarei eu lá fazendo muito bem meu trabalho de garçom, trabalho que não gosto de fazer, mas faço bem. Assim como gosto de ser bem atendido quando vou a um restaurante, gosto de servir bem quando estou do outro lado. Até valorizei mais esta função com os trabalhos na casa de festa. Ahh, quando a gente está atrasado nada ajuda né. Peguei um trânsito enorme na Avenida Nyemeyer. Mas antes passei pelas praias de Ipanema e Leblon, sexta-feira, tempo bom, a praia estava lotada e que vontade de saltar ali mesmo e ficar ali contemplando o lindo pôr do sol. E aproveitar a brisa suave e talvez ficar ali sentado na areia pensando na vida. Mesmo com uma vista linda daquelas estava muito agoniado, preocupado com o horário. Não gosto de chegar atrasado a compromissos, mas a coisa estava feia por ali, tudo parado. Estava a bordo do 557-Rio das Pedras/Copacabana, uma linha que tem um trajeto interessante, pois passa pela Estrada do Joá, em vez de ir pelo elevado. O caminho é exótico com direito a uma vista extraordinária da orla do Rio de Janeiro. O Bairro do Joá é um verdadeiro achado, muitas casas de festa, condomínios fechados e muito próximos as obras da Linha 4 do metrô, que promete trazer algum transtorno futuro ao trânsito do local.  E com aquelas curvas terríveis e traiçoeiras da estrada finalmente chego à casa de festa, às 19h15, mas ainda deu tempo de trabalhar bastante e garantir mais um dinheiro no bolso. 
Estrada do Joá, o principal caminho do 557 - Foto: Fernando dos Santos

Ahhhh o estágio no jornal? Não passei, mas aprendi que preciso contionuar e não desistir até para valorizar quando conseguir. E não ficar reclamando, tá difícil para todo mundo e todos estão aí fora em busca de um espaço ao sol, que está cada vez menor, se é que deu para você entender. Enquanto meu dia não chega, sigo procurando e procuro todos os dias quando chego em casa por vagas de estágio na minha área e daqui a pouco consigo. A ansiedade é grande. Mas enquanto não venço o processo vou trabalhando na casa de festa, vendo e participando da felicidade alheia e até ficando feliz também. Sabendo que minha hora vai chegar, basta ter mais paciência e mais, muito mais força de vontade e coragem para vencer.

Grande abraço
Fernando dos Santos

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Xerém

Olá a todos

No primeiro post do ano falo de um assunto muito chato e caro em cada verão que passa no Rio de Janeiro, as chuvas. De dezembro à março o estado é atingido por um grande volume de calor e chuvas causando transtornos de todo tipo e também tragédias. Em 2011, o Rio foi palco de uma das maiores catástrofes naturais do país, com os seguidos temporais na região Serrana deixando mais de 1000 mortos e um rastro de destruição. Até hoje as pessoas que perderam tudo no verão de 2011 não receberam as casas prometidas pelo governo. O dinheiro repassado para atender as vítimas da enchente sumiu e os que sobreviveram à tragédia se viram como podem. Muitos moradores voltaram para suas casas em áreas de risco e muitos bairros de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo estão completamente desertos como se fossem cidades-fantasmas. 
Um carro é levado pela correnteza enquanto bombeiro procura
por pessoas nas casas devastadas pela chuva  - Foto Futura Press
No início de 2013 foi a vez de Xerém, um bairro do município de Duque de Caxias, sofrer com as fortes chuvas. O estrago foi enorme, o que pode ser visto por meio das câmeras de TV que lá estiveram. Aquelas cenas mexeram comigo, pois também moro numa área de risco e em cada verão preciso ficar bem atento no nível do rio toda vez que chove forte. Após iniciar os pedidos de doações fui tocado de alguma forma para fazer algo. Queria ir ao local e ver de perto como funciona todo este processo. Na quarta-feira, 09 de janeiro, ouvi uma linda palavra no culto que confirmou meu desejo de fazer algo. Ela falava de uma palavra expressa na bíblia no livro de Gálatas 6.9,10 que diz " E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos. Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé". O versículo é lindo e é claro que eu não precisava ler um versículo bíblico para fazer o bem a alguém, mas a motivação vinda da palavra é fundamental. Infelizmente a maioria das pessoas consideram o fazer o bem a alguém como um favor e não como um fim em si mesmo. Fazem o bem sempre esperando algo em troca e penso que esta não é a motivação correta para fazê-lo. 

Igreja Metodista Wesleyana, em Xerém, principal local de recebimento
de doações do bairro - Foto: Fernando dos Santos
Eu tinha muitas roupas que não usava mais e que estavam em ótimo estado. Eu fui com a Wania, minha namorada, para Xerém na sexta, 11 de janeiro, com duas mochilas lotadas e mais uma grande sacola também cheia. A viagem da Cidade de Deus até Xerém foi cara, longa e cansativa. Entre a ida e a volta se foram aproximadamente 12 horas na rua, mas valeu à pena. Chegamos à Igreja Metodista Wesleyana, no centro de Xerém, e entregamos as roupas. A igreja é o principal local de recebimento de doações no bairro. E lá soubemos das dificuldades enfrentadas pelos voluntários como o sumiço dos carros da prefeitura, que contava com apenas 5 veículos para levar todas as doações para as pessoas atingidas. Conversando com um dos responsáveis pelo recebimento dos donativos fiquei sabendo que pessoas se passavam por voluntários e roubavam as doações. Elas prometiam levar os donativos nas casas das pessoas e sumiam. E histórias de pessoas que retiravam doações sem precisar delas. A bagunça no local era grande, as roupas e calçados estavam espalhados pelo chão. Ainda assim vi muitos voluntários trabalhando e se esforçando para restabelecer a ordem no local, separando as roupas e servindo comida para aqueles que não podiam voltar para as suas casas.

Observo o trabalho dos voluntários na tentativa de dar
alguma ordem às doações. Foto: Wania Xavier
A Wania queria ajudar mais, pois cursa faculdade de Serviço Social e seria uma grande experiência de vida para ela poder acompanhar as assistentes na distribuição dos donativos nas casas dos moradores. Mas a falta de veículos a impediu de fazê-lo. Assim ficamos pouco tempo em Xerém e logo retornamos ao Rio. Mais R$ 6,30 cada um no 486C - Xerém/Passeio para mais uma longa viagem. Voltei para casa com algumas lições de Xerém: 1 - Não importa a classe social, cor/raça, ou crença, na hora da tragédia todos precisam de todos. 2 - É muito bonito ver pessoas cedendo seu tempo para se dedicarem àqueles que precisam de ajuda. 3 - Infelizmente há pessoas que não respeitam nem as tragédias alheias, como no caso daqueles que roubavam as doações. 4 - Todos nós podemos fazer algo, mesmo que seja uma ação pequena, e na maioria das vezes não nos custará nada fazê-lo. 5 - Precisamos pensar um pouco menos em nós e mais nos outros (isso com certeza é o mais difícil de se fazer).

486C - Xerém/Passeio, ônibus que nos levou de
volta para o Rio. Foto: Fernando dos Santos
Eu agradeço a Deus pela oportunidade de fazer algo naquele dia. e desejo que os moradores de Xerém se ergam logo e se recuperem desta tragédia. 

Grande abraço 
Fernando...