domingo, 20 de abril de 2014

Meu bairro, meu chão

Olá a todos


Terça-feira chuvosa. Bom para ficar em casa. Bom para não sair na rua. Me alertaram sobre isso, a rua não estava boa, mas precisava sair, precisava levá-la até em casa. Não tinha como não passar por ali. Mas estava chovendo e estaria tranquilo. Aí vieram os fogos, tá rá rá rá bummmm!!! Logo em seguida os tiros (não acho necessário fazer o barulho aqui). Ação e reação, vira uma rua aqui e outra ali para não passar no meio do sinistro. Poxa vida, estava chovendo, e muito, esses caras não descansam nem na chuva? Se abateu uma tristeza sobre mim. Sabe, você não poder andar com segurança no seu bairro? No no seu país?


No país, tudo bem, mas, no seu bairro? O seu bairro é onde você mora. É onde você tem que estar todos os dias, mas não. Imaginei que poderia morrer ali, ser atingido, baleado, confundido, ser qualquer coisa. A comunidade não estava pacificada?. Sim, ela está mesmo pacificada. Os homens estão aqui, estão ali, as vezes não estão, mas, no geral, estão. Eles precisam agir, precisam assumir, precisam confrontar, as vezes precisam até atirar. Definitivamente não me sinto seguro no meu lar. O nosso lar é sagrado, meu terreno, meu bairro. Bairro esse que não é meu, não nasci aqui, não cresci aqui, simplesmente me instalei aqui, virou meu lar. Lugar que demorei a conquistar, lugar que aprendi a amar e a chamar de meu. 



O Rio de Janeiro passa por um momento terrível onde explode o crime e a violência. A sociedade pensa que fazer justiça com as próprias mãos resolve o problema, mas, não. Prendem crianças no poste, tiram-lhe a roupa e o expõem ao ridículo. Esquecem que ele é mais uma vítima, esquecem que ele machuca por tanto ter sido machucado. Vejo pessoas assim todos os dias, pessoas acabadas, pessoas esquecidas. Na favela, a igreja faz milagres todos os dias, mas não resolve tudo. A polícia não está lá para resolver tudo. O povo precisa mudar, as mentes precisam mudar, mas como? As pessoas estão vazias, sedentas, mas do quê? Vivem fazendo merda, vivem metidas no que não presta, e o fazem continuamente ainda que a morte os rodeie com os revólveres cheios de munição dos dois lados do tabuleiro. 


As pessoas precisam de ajuda, elas precisam procurar ajuda, mas não o fazem. Preferem ficar ali paradas na esquina como o funk diz para elas ficarem. O que fazer? Preciso orar, preciso clamar por esta cidade. Não quero ver este lugar assim, mais parecido com o filme de mesmo nome. Todo mundo reclama do filme, eu vejo o filme quando ando por aqui. Vejo um filme que não quero ver mais, vejo um filme que quero muito que termine. Pois amo muito esta cidade, amo muito este bairro, amo demais este lugar, esta Cidade chamada De Deus. 

Grande abraço
Fernando

terça-feira, 1 de abril de 2014

Dúvidas de um futuro jornalista

Olá a todos

Sempre fui um cara que me questionei muito. Não sei se isso é uma coisa boa ou ruim, acho que é mais ruim do que boa, até. Sempre me subestimei e minimizei minhas reais capacidades. Estou em busca delas ate hoje. Teve uma época em que acreditava que havia me encontrado na Filosofia. A dúvida em qual curso seguir me acompanhava até começar a ler Platão e Aristóteles. Fui, fiz a prova, passei de primeira.

Depois de 4 anos e meio, a formação está bem perto

Chegando lá, me empolgava, várias discussões sobre o pensamento humano, origem da vida e o porquê disso e aquilo. História da Filosofia Antiga, Filosofia Política, Ética então, era, disparada, a melhor matéria que tinha na faculdade. Altas discussões ao fim de cada aula. Mas, com o tempo, o futuro insistia em me incomodar. Ficava me perguntando se a vida de filósofo dava dinheiro. Eu seria o quê? Professor? Logo eu que ainda tenho traumas da minha época de escola onde mesmo quietinho na minha a confusão me procurava e me encontrava. Me metia em brigas apenas por discordar das pessoas em pequenas coisas. Sofri demais pelos colégios que passei. Não. Não queria ser professor, definitivamente.

Esse negócio de estudar e trabalhar me cansava demais. Aliado ao desânimo do provável futuro no magistério, acabei trancando a faculdade de filosofia na UERJ. Fiquei trabalhando, apenas. Ganhando e gastando dinheiro. Economizando na poupança para depois gastar novamente. Não daria para chegar a lugar nenhum assim. Pensava no meu gosto por esporte, na minha paixão pelo futebol. Bingooo!!!! Por que não fazer jornalismo? Lembrava que ficava narrando jogos de botão sozinho na sala, lembrava que ficava fazendo campeonatos em que os resultados eram decididos no dado. 

Fui lá e fiz jornalismo e passei pelo Prouni. Bolsa de 100% em uma faculdade particular. Tive que me despedir de vez da filosofia. Agora não podia vacilar. Não podia perder outra oportunidade. Lá se foram 4 anos e meio e estou perto de me formar faltando apenas o trabalho final de curso. Não consegui trabalhar com esporte neste tempo. Tentei estágio no Lance, principal jornal de esporte da região, por três ocasiões e acabei não passando. 

Acabei por duas vezes conseguindo estágio em assessorias de imprensa e, aos poucos, fui me afastando do esporte e do futebol. Gostei demais dessas experiências e mais uma vez me questionei sobre meu futuro como jornalista. O interessante é que eu nem conhecia este ramo de trabalho (Assessoria) quando passei para o curso. Pensava em trabalhar com futebol internacional, cobrir o torneio de Roland Garros de tênis e viajar para acompanhar alguma Copa do Mundo.

Assessoria de comunicação? Será este o futuro?
Faço estágio em uma assessoria em que a cada dia entro em contato com informações novas sobre os mais variados assuntos. Isso me faz ficar mais cabeçudo rs. Além de me fazer entender que este é um excelente campo de trabalho. Agora, eu não sei. Continuo questionando. O certo é que o mundo terá um novo jornalista formado em breve cheio de dúvidas e receios, mas cheio de vontade de aprender mais e mais com essa profissão doida que eu escolhi.

Chego no meu trabalho de conclusão de curso falando de futebol e da transmissão do campeonato brasileiro. Posso estar fazendo qualquer outro trabalho, mas o futebol sempre terá algum papel nesta pauta. Penso nisso em um futuro mestrado, doutorado...

De qualquer forma, não sei onde estarei trabalhando daqui a alguns meses, só sei que estou em busca do meu lugar ao sol. Seja aonde for, sei que vou gostar muito do que vou fazer como futuro jornalista

Grande abraço
Fernando